Respostas
Resposta:
(Nessa coluna da sessão de Artes, apresentamos uma artista que admiramos. Você pode encontrar outras artistas dessa série em nosso arquivo!)
Meu primeiro contato com a Yoko Ono foi em um episódio das Meninas Superpoderosas. O episódio inteiro era uma paródia cheio de referências à história dos Beatles, desde a formação da banda até seu rompimento, este obviamente causado pela Yoko, que no desenho era interpretada por uma macaquinha vestida de branco que gostava de gritar estridentemente e fazer arte conceitual que ninguém entendia.
Acho que essa paródia acaba representando bem a ideia da Yoko Ono no imaginário popular: a mulher má que, sozinha, acabou com os Beatles. Que gritava, perturbava e respondia. Que não mudou para se fazer mais agradável ao público. Não é difícil entender por quê, nesse contexto, Yoko se tornou o estereótipo até hoje propagado da “namorada chata”. E todo mundo sabe que se ater a estereótipos é fácil; tentar entender a fundo uma das mulheres mais incompreendidas do último século é um pouco mais difícil.
Yoko Ono é uma artista, ativista e visionária, que teve de lidar com coisas do tipo ser julgada pelo seu gênero e raça, que se intensificaram após o fim dos Beatles. Apesar de tudo, ela nunca se permitiu assumir o lugar de vítima. Na verdade, apesar de todo o ódio, ela persistiu fazendo aquilo que deixava seus haters ainda mais enfurecidos: ficando com o John Lennon e produzindo sua “arte incompreensível”, seja na música ou na performance.
Uma das minhas obras favoritas dela, e provavelmente a mais famosa, é a Cut Piece, em que ela, sentada em um palco, convida o público a cortar pedaços da sua roupa. Eu não consigo nem imaginar o quão aterrorizante isso deve ter sido, e tamanha confiança que ela teve de depositar em um monte de estranhos, permitindo que eles se voltassem contra ela. De certa forma, uma performance como essa é quase uma premonição do que viria a acontecer com sua imagem durante o namoro com Lennon.
Outra obra que dela que eu gosto muito é a Ceiling Painting, em que o espectador tem que subir uma escada e com uma lupa enxergar um papelzinho minúsculo onde se lia “yes”. Nas palavras da Yoko, essa obra é uma resposta às várias coisas negativas, ou aos vários “nãos”, que aconteceram na sua vida, e como o elemento “sim” é importante, como a positividade é importante – ainda que pequena ou trabalhosa de se alcançar.
Explicação:
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(Nessa coluna da sessão de Artes, apresentamos uma artista que admiramos. Você pode encontrar outras artistas dessa série em nosso arquivo!)
Meu primeiro contato com a Yoko Ono foi em um episódio das Meninas Superpoderosas. O episódio inteiro era uma paródia cheio de referências à história dos Beatles, desde a formação da banda até seu rompimento, este obviamente causado pela Yoko, que no desenho era interpretada por uma macaquinha vestida de branco que gostava de gritar estridentemente e fazer arte conceitual que ninguém entendia.
Acho que essa paródia acaba representando bem a ideia da Yoko Ono no imaginário popular: a mulher má que, sozinha, acabou com os Beatles. Que gritava, perturbava e respondia. Que não mudou para se fazer mais agradável ao público. Não é difícil entender por quê, nesse contexto, Yoko se tornou o estereótipo até hoje propagado da “namorada chata”. E todo mundo sabe que se ater a estereótipos é fácil; tentar entender a fundo uma das mulheres mais incompreendidas do último século é um pouco mais difícil.
Yoko Ono é uma artista, ativista e visionária, que teve de lidar com coisas do tipo ser julgada pelo seu gênero e raça, que se intensificaram após o fim dos Beatles. Apesar de tudo, ela nunca se permitiu assumir o lugar de vítima. Na verdade, apesar de todo o ódio, ela persistiu fazendo aquilo que deixava seus haters ainda mais enfurecidos: ficando com o John Lennon e produzindo sua “arte incompreensível”, seja na música ou na performance.
Uma das minhas obras favoritas dela, e provavelmente a mais famosa, é a Cut Piece, em que ela, sentada em um palco, convida o público a cortar pedaços da sua roupa. Eu não consigo nem imaginar o quão aterrorizante isso deve ter sido, e tamanha confiança que ela teve de depositar em um monte de estranhos, permitindo que eles se voltassem contra ela. De certa forma, uma performance como essa é quase uma premonição do que viria a acontecer com sua imagem durante o namoro com Lennon.
Outra obra que dela que eu gosto muito é a Ceiling Painting, em que o espectador tem que subir uma escada e com uma lupa enxergar um papelzinho minúsculo onde se lia “yes”. Nas palavras da Yoko, essa obra é uma resposta às várias coisas negativas, ou aos vários “nãos”, que aconteceram na sua vida, e como o elemento “sim” é importante, como a positividade é importante – ainda que pequena ou trabalhosa de se alcançar.
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