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O uso da praia como espaço de lazer começou em meados do século XVIII. Nessa época, um renomado médico britânico chamado John Floyer desenvolveu pesquisas que investigavam as propriedades terapêuticas que a água poderia ter. Em suas investigações, registradas em uma publicação chamada “História do Banho Frio”, acabou chegando à conclusão de que a água salgada teria uma extensa capacidade de reverter doenças entre as quais se incluía até a paralisia.
A obra, escrita bem no início do século XVIII, acabou não tendo muito impacto entre a população europeia daquele tempo. Meio século mais tarde, no ano de 1749, o britânico Richard Frewin, colega de profissão, reforçou as teorias curativas do banho de mar ao realizar a descrição de uma cura obtida por esse tipo de tratamento ainda experimental. Daí em diante o banho no mar acabou sendo utilizado como tratamento para uma série de doenças físicas e mentais.
No século XIX, os banhos de mar já atraiam um grande número de enfermos e fomentava mais outro número de publicações nesse mesmo campo do saber médico. No Brasil, a terapia praiana foi utilizada pelo rei Dom João VI, que teve o banho de mar recomendado para a cura de uma ferida infeccionada em sua perna. Seguindo a recomendação, D. João fez diversas visitas à paria do Caju e ali acabou resolvendo o incômodo que lhe afligia.
Nessa época, como os costumes da Família Real eram seguidos como moda, diversas casas de banho foram abertas no Rio de Janeiro. Desse modo, podemos ironicamente perceber que Dom João VI não foi apenas um dos grandes responsáveis pela abertura dos portos brasileiros, no início do século XIX. A sua busca por melhor saúde acabou também sendo um modo pelo qual o monarca inaugurou o uso de nosso tão rico e extenso litoral.