O texto abaixo foi extraído de um depoimento do pianista brasileiro João Carlos Martins, que terminara de gravar em CDs a obra integral de Bach:
Apresentei seleções desses CDs aos meus alunos da Juilliard School de Nova Iorque e da Manhattan School of Music, que reagiram a elas de maneiras muito díspares. [...] Um jovem pianista chegou a pedir licença para deixar a sala. Outros, porém, permaneceram sentados, literalmente boquiabertos. Um dos melhores entre eles gritou: "Muito bem, sr. Martins, é assim que se toca". "Outro comentou: "Eu pensava que Tureck e Gould fossem os detentores da última palavra na adaptação de Bach para piano, mas o sr. Martins é de outro planeta"
DUBAL, David. Folha de S. Paulo, 25 maio 1997, p. 14 e 15.
Pela leitura desse trecho, depreende-se que a performance do pianista não foi apreciada com unanimidade pelos seus alunos. Mas foi recebida com entusiasmo por muito deles, um dos quais, dos melhores segundo o depoente, expressou-se por meio de uma frase altamente elogiosa, que vem transcrita literalmente em negrito no interior do texto:
I. Muito bem, sr. Martins, é assim que se toca!
Mas o mesmo aluno poderia ter dito também:
II. Muito bem, sr. Martins, é assim que brasileiro toca.
Sobre esses dois enunciados, é correto dizer:
A
No enunciado I, o pronome se está indeterminando o sujeito e, com isso, a ação indicada pelo verbo é atribuída a uma quantidade bem maior que o número de brasileiros e o elogio ganha mais peso argumentativo.
B
No enunciado II, o sujeito vem determinado, manobra que faz com que a ação verbal se refira a um auditório particular, gerando um efeito de maior peso argumentativo que o do enunciado I.
C
Em I o pronome se indetermina o sujeito, fazendo com que a ação indicada pelo verbo se refira a qualquer pessoa: isso diminui o poder argumentativo do enunciado.
D
O peso argumentativo dos dois enunciados não é expressivamente diferente, já que ambos significam praticamente a mesma coisa.
E
No enunciado II, a ação verbal (tocar) se refere a um sujeito determinado (brasileiro), um conjunto limitado de pessoas, o que torna mais fácil a comprovação do conteúdo de verdade do enunciado e torna a frase mais elogiosa do que a I.
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A)
No enunciado I, o pronome se está indeterminando o sujeito e, com isso, a ação indicada pelo verbo é atribuída a uma quantidade bem maior que o número de brasileiros e o elogio ganha mais peso argumentativo
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