Goiabada
Carlos Heitor Cony
Goiabada tinha cara de goiabada mesmo. Fica difícil explicar o que seja uma cara de goiabada, mas qualquer pessoa que se defrontava com ele, mesmo que nada dissesse, constataria em foro íntimo que Goiabada tinha cara de goiabada.
Eu o conheci há tempos, quando jogava pelada nas ruas da Ilha do Governador. Ele se oferecia para a escalação, mas quase sempre era rejeitado. Ruim de bola, era bom de gênio.
[...]
Perdi-o de vista, o que foi recíproco. Outro dia, parei num posto para abastecer o carro e um senhor idoso me ofereceu umas flanelas, dessas de limpar para-brisa. Ia recusar, mas alguma coisa me chamou a atenção: dando o desconto do tempo, o cara tinha cara de goiabada. Fiquei indeciso. Não podia perguntar se ele era o Goiabada, podia se ofender, não havia motivo para tanta e tamanha intimidade.
[...]
O tanque do carro já estava cheio, e o novo Goiabada, desanimado de me vender uma flanela, ia se retirando em busca de freguês mais necessitado. Perguntei quantas flanelas ele tinha. Não sabia, devia ter umas 40, não vendera nenhuma naquele dia. Comprei-lhe todas, ele fez um abatimento razoável. E ficou de mãos vazias, olhando o estranho que sumia com suas 40 flanelas e nem fizera questão do troco.
7) O fato que gerou a história narrada foi
(A) o encontro entre o narrador e o homem que ele achou ter “cara de goiabada”.
(B) o jogo de futebol que os meninos jogavam nas ruas da Ilha do Governador.
(C) o narrador ter comprado todas as flanelas do idoso e não querer o troco.
(D) a separação dos dois meninos que jogavam futebol.
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Letra A
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por que não faz sentido as outras alternativas até pq nao encaixa na pergunta.
espero ter ajudado
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Letra A
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