Leia o seguinte texto sobre História das Mentalidades.
“[...] a história das mentalidades não se define somente pelo contato com as outras ciências humanas e pela emergência de um domínio repelido pela história tradicional. É também o lugar de encontro de exigências opostas que a dinâmica própria à pesquisa histórica atual força ao diálogo. Situa-se no ponto de junção do individual e do coletivo, do longo tempo e do quotidiano, do inconsciente e do intencional, do estrutural e do conjuntural, do marginal e do geral.” (LE GOFF, Jacques. As Mentalidades: Uma história ambígua, In: LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: Novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988. P. 72).
Analise as seguintes assertivas.
I - Mentalidades e representações podem ser repetições, e a coerência dos fatos históricos é a mistura de temporalidades e tensões existentes numa falta de linearidade e de múltiplas faces;
II - O lugar de construção das mentalidades é sempre no coletivo, e manifesta-se de maneira impessoal, pois uma pessoa carrega as mentalidades porque ela é uma construção coletiva. A mentalidade se constrói no social, e não é um indivíduo que a constrói;
III - A história das mentalidades obriga o historiador a interessar - se mais de perto por alguns fenômenos essenciais de seu domínio: as heranças, das quais o estudo ensina a continuidade, as perdas, as rupturas (de onde, de quem, de quando vem esse hábito mental, essa expressão, esse gesto?); a tradição, isto é, as maneiras pelas quais se reproduzem as sociedades, as defasagens, produto do retardamento dos espíritos em se adaptarem às mudanças e da inegável rapidez com que evoluem os diferentes setores da história.
Agora responda de acordo com a VERACIDADE das assertivas (Verdadeiro ou Falso).
A)
F; F; V.
B)
V; V; V.
C)
F; V; F.
D)
V; V; F.
E)
V; F; F.
Respostas
Resposta:
Resposta correta.
V-V-V
Explicação:
Resposta:
V,V,V.
Explicação:
Le Goff reflete sobre a história das mentalidades, mas sem abandonar os aspectos econômicos e sociais. (I) Mentalidades e representações podem ser repetições, e a coerência dos fatos históricos é a mistura de temporalidades e tensões existentes numa falta de linearidade e de múltiplas faces. (II) O lugar de construção das mentalidades é sempre no coletivo, e manifesta-se de maneira impessoal, pois uma pessoa carrega as mentalidades porque ela é uma construção coletiva. A mentalidade se constrói no social, e não é um indivíduo que a constrói.
Segundo Le Goff: (III) A história das mentalidades obriga o historiador a interessar-se mais de perto por alguns fenômenos essenciais de seu domínio: as heranças, das quais o estudo ensina a continuidade, as perdas, as rupturas (de onde, de quem, de quando vem esse hábito mental, essa expressão, esse gesto?); a tradição, isto é, as maneiras pelas quais se reproduzem as sociedades, as defasagens, produto do retardamento dos espíritos em se adaptarem às mudanças e da inegável rapidez com que evoluem os diferentes setores da história. Campo de análise privilegiado para a crítica das concepções lineares a serviço histórico. A inércia, força histórica capital, mais fato referente ao espírito do que à matéria, uma vez que esta evolui frequentemente mais rápido que o
primeiro. Os homens servem-se das máquinas que inventam, conservando as mentalidades anteriores a essas máquinas. Os automobilistas têm um vocabulário de cavaleiros; os operários das fábricas do Século XIX, a mentalidade de camponeses, seus pais e avós. A mentalidade é aquilo que muda mais lentamente. História das mentalidades, história da lentidão na história.