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Explicação:Segundo o historiador Eric Hobsbawn, citando Cecil Rhodes em 1895, sim.
Pelo ponto de vista da época, para se evitar a guerra civil, as nações tinham que se tornar imperialistas de forma a canalizar para o exterior, as tensões originadas no descontentamento econômico, nas necessidades de reforma social e outras.
A formação de impérios permitiria canalizar para os países centrais os benefícios da exploração econômica das colônias.
O processo de incorporação de colônias desenvolveu-se ao longo de séculos (do XV ao XX) e essa condição decorreu do desenvolvimento desigual entre as potências colonialistas. Portugal e Espanha que possuíram grandes domínios entre os XV e XIX, foram ultrapassados por Inglaterra e França enquanto estas potências cresciam em poder e recursos e assumiam territórios dos ibéricos.
A Inglaterra dominou áreas estratégicas para a circulação de pessoas e produtos (como Gibraltar, Chipre, Malta, o Canal de Suez, Malvinas, África do Sul, etc – fundamentais para acessar a Índia e seus milhões de consumidores). Espalhado por grandes porções de terra e mar, seus rivais mais próximos eram os franceses, que ocupavam a maior parte da África.
A assimetria decorreu assim, das capacidades materiais e humanas de cada uma das potências enquanto lutavam entre si pela hegemonia mundial.
E no final do XIX, a Alemanha veio a construir o 3º maior império colonial ameaçando ingleses e franceses.
Fazia parte da lógica do imperialismo, onde os investimentos em portos, ferrovias, transportes e comunicações em geral serviam não para emancipar, mas sim para aprofundar o caráter exteriorizado dessas economias em relação aos centros capitalistas.
A aparente modernização servia, portanto, para garantir maior agilidade na circulação de bens e seu escoamento rumo a Europa – além dos EUA, e outros – e ao mesmo tempo servia para ampliar também a extração de riquezas por intermédio da exploração desses serviços por empresas estrangeiras, a remessa dos lucros obtidos e a garantia de importação de produtos europeus por estas mesmas empresas.
A Light and Power, empresa inglesa ligada à geração e distribuição de energia elétrica, além de explorar o serviço de bondes, em SP e RJ, importava de sua matriz desde as máquinas até os dormentes [de madeira] das ferrovias. Nos anos 60 do século 20, a ITT norte-americana foi encampada pelo então governador gaúcho Leonel Brizola, por não fazer investimentos na telefonia estadual, transferindo para os EUA quase 100% do que ganhava no Brasil.
Portanto, fosse para ampliar as exportações, facilitar as importações e remeter renda via empréstimos, exploração de serviços e lucros, tais modernizações serviam antes de tudo para atender os interesses estrangeiros.
O imperialismo, forma ampliada de apresentação do capitalismo monopolista do final do século 19 e início do 20, impunha a lógica da exclusividade, como forma de garantir a maximização dos lucros. Ou seja, era necessário o monopólio sobre uma dada região para eliminar a concorrência e uma diminuição dos lucros.
Para isso, era vital o domínio de determinados espaços em função de:
a)seu valor econômico, capaz de agregar valor à produçãometropolitana;
b)sua capacidade de absorção de população (Austrália, Nova Zelândia, etc), configurando-se comos colônias de povoamento ou enraizamento;
c)ser capaz de absorver – como o excedente populacional – o capital disponível nas economias centrais sob a forma de investimentos em infraestrutura (portos, ferrovias, comunicações, etc) ou serviços (transmissão de notícias, telefonia, transporte urbano, água, luz, coleta de esgoto, etc);
d)ocupar primeiro, antes que outro o faça, independente de seu valor imediato em relação a qualquer dos itens anteriores.
A dominação inglesa sobre a Índia, levou à destruição da produção autônoma de tecidos pela proibição de propriedade de teares, ou a imposição da exclusividade de comerciacialização de sal por comerciantes ingleses.
Na África, a imposição de cultivos e lógicas de produção exportadoras, conduziram à expulsão de nativos, desorganização da produção de alimentos, fome e extermínio.
Na Ásia, ingleses e franceses foram à guerra contra o império chinês para garantir o comércio de ópio (drogas).
No Oriente Médio, o petróleo foi, e continua sendo, o principal alvo das interferências imperialistas.