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1) Explique o romance entre Iracema e Martim utilizando trechos da história IRACEMA
José de Alencar
2) agora Cite e caracterize a protagonista da obra, utilizando trechos da obra IRACEMA
Respostas
Resposta:
respota da primeira
1) Iracema, ícone do indianismo romântico, teve sua primeira publicação em 1865 e figura até hoje entre as principais obras literárias brasileiras. De autoria de José de Alencar, cujo projeto artístico envolvia a consolidação de uma cultura nacional, Iracema é uma narrativa de fundação, ou seja, seu eixo temático principal versa sobre a criação de uma identidade cultural, um texto que se orienta para representar a origem da nacionalidade brasileira.
É por meio do enlace amoroso entre a índia Iracema, representante do povo nativo ameríndio, e o português Martim, colonizador português do século XVI, que José de Alencar constrói uma narrativa que remonta à gênese da pátria brasileira: esse encontro de raças teria gerado o povo brasileiro.
respota da segunda
2) O Romantismo brasileiro teve inicio em 1836, com a publicação do livro Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves Magalhães.
Quais são as principais caracterísicas do Romantismo?
O Romantismo tem um viés subjetivo; apresenta as projeções sentimentalistas do eu lírico; nacionalismo etc. Além disso, ele é didaticamente dividido em três gerações, e será na primeira geração que nos deteremos.
Quais são as principais características da primeira geração?
Os principais expoentes são: José de Alencar e Golçalves Dias. Como características, podemos citar o nacionalismo e indianismo; a saudade; mito do bom-selvagem etc.
1)
O romance começa porque Martin ficou encarregado de colonizar a região, atual Ceará. Foi ali que ele conheceu "Iracema, a virgem dos lábios de mel".
O primeiro capítulo retrata o final da história, quando Martim e seu filho Moacir deixam as terras do Ceará.
“Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro que viram a luz no berço das florestas, e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem.
A lufada intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho das vagas:
— Iracema!...
O moço guerreiro, encostado ao mastro, leva os olhos presos na sombra fugitiva da terra; a espaços o olhar empanado por tênue lágrima cai sobre o jirau, onde folgam as duas inocentes criaturas, companheiras de seu infortúnio.”
No segundo capítulo da obra, o autor apresenta a protagonista:
“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.”
Nesse momento, ocorre o encontro com o colonizador. Iracema está se banhando nas águas do rio e se assusta com uma imagem que nunca vira antes. Sua reação foi atirar-lhe uma flecha:
“Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.”
Após ferir o branco guerreiro, Iracema se arrepende e resolve ajudá-lo, levando Martim até sua tribo.
Quando chegou à tribo, ele contou que estava perdido após sair para uma caçada com os índios potiguaras (tribo inimiga dos tabajaras).
A partir desse momento, começa a ser revelado o interesse entre os dois. Diante de um amor idealizado e proibido, Iracema resolve se relacionar com o português. Ela leva Martim a um bosque e lhe oferece uma bebida alucinógena.
Ainda que guardasse o segredo de Jurema, Iracema se apaixona pelo português. Ou seja, ela é guerreira virgem e sua virgindade pertence ao Deus Tupã.
Uma das peripécias reveladas pelo romance é a presença de Irapuã, o chefe dos guerreiros Tabajaras, apaixonado por Iracema.
No decorrer da trama, Martim e Irapuã tornam-se inimigos. Ocorrem várias tentativas de Irapuã tentar eliminar Martim, entretanto, sem sucesso.
A obra aponta a rivalidade entre as tribos potiguaras e tabajaras. Para os tabajaras, a tribo inimiga estava permitindo a entrada dos colonizadores.
Embora Martim tentasse voltar a tribo que o acolheu primeiramente (potiguaras), a pedido de Iracema ele resolve ficar com os tabajaras.
Num dos embates entre as tribos inimigas, Iracema e Martim resolvem viver numa cabana. Assim, a índia abandona sua família, tribo e tradições.
Poti, amigo tabajara de Martim segue com eles. Foi aí que a gravidez de Iracema foi revelada, dando à luz a um filho que lhe chamaram de Moacir.
Moacir veio ao mundo no momento em que Poti e Martim saem para lutar. Quando retornam, Iracema está muito debilitada e acaba morrendo.
“O cristão moveu o passo vacilante. De repente, entre os ramos das árvores, seus olhos viram, sentada à porta da cabana, Iracema com o filho no regaço e o cão a brincar. Seu coração o arrastou de um ímpeto, e toda a alma lhe estalou nos lábios:
— Iracema!...
A triste esposa e mãe soabriu os olhos, ouvindo a voz amada. Com esforço grande, pôde erguer o filho nos braços e apresentá-lo ao pai, que o olhava extático em seu amor.
— Recebe o filho de teu sangue. Chegastes a tempo; meus seios ingratos já não tinham alimento para dar-lhe!”
Ao final, Martim, que sentia muitas saudades de sua terra, retorna ao velho continente com seu cão e seu filho, o primeiro luso-brasileiro
2- Iracema: índia da tribo dos tabajaras, filha de Araquém, velho pajé; era uma espécie de vestal (no sentido de ter a sua virgindade consagrada à divindade) por guardar o segredo de jurema (bebida mágica utilizada nos rituais religiosos). A palavra "Iracema" é um anagrama de "América". Segundo o autor José de Alencar, "Iracema" seria uma palavra com origem na língua tupi que significaria "A virgem dos lábios de mel". Entretanto, o tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro contesta tal etimologia, sustentando que "Iracema" provém do nheengatu e significa "saída de abelhas, enxame".
Espero ter ajudado
Se puder ajudar com obrigado e estrelas me ajudaria bastante