Cordel adolescente ó xente!
Sou mocinha nordestina,
meu nome é Doralice,
tenho treze anos de idade,
conto e reconto o que disse,
pois me chamo Doralice,
sou quem vende meu cordel
nas feiras lindas do longe
onde a poesia esconde
nas sombras do meu chapéu!
Eu falo tudo rimado
no adoçado da palavra
do Nordeste feiticeiro,
no meu jeito brasileiro,
aqui vim dizer e digo
que escrevo muito livro
que penduro num cordel,
todo fato acontecido eu
coloco no papel!
Vim pra feira, noutro dia,
armei a minha poesia
num cordel de horizonte.
Quem passasse no defronte
daquilo que eu vendia,
parava e me escutava,
pois sou mocinha falante,
declamava o que escrevia!
Contei de uma garota
que me amava um cangaceiro,
era um tal cabra da peste
uma valentão do Nordeste
que montava a ventania,
trazia susto e coragem
por cada canto que ia!
Virge Maria!
(...)
Leia o texto para responder as perguntas
O cordel, uma narrativa em versos, é um tipo de texto elaborado para ser declamado ou cantado.
a) O texto que você leu se inicia com uma apresentação. Quem se apresenta ao leitor/ouvinte? Qual o seu nome e o que faz?
b) Qual é o tema do cordel?
Na 4ª estrofe, a narradora começa a contar a história da garota que amava um cangaceiro.
c) Que características do cangaceiro são mostradas nessa estrofe?
d) Transcreva uma expressão da linguagem oral nordestina usada pela narradora.
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