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Durante séculos, os contadores de histórias desempenharam um papel central na sociedade. De boca em boca, o conhecimento e as tradições foram passados de uma geração para outra e preservados. “Foi por meio do narrador que o grupo conseguiu encontrar coesão”, afirma o escritor Ilan Brenman, contador de histórias e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo. A evolução da arte da escrita e seu amplo uso coletivo tornou cada vez mais obsoleto sentar-se em círculo para ouvir histórias sobre deuses, príncipes e princesas, bruxos e bruxas e viagens fantásticas. Embora seu poder de unir as pessoas tenha diminuído, ainda é possível encontrar contadores de histórias tradicionais. Um excelente exemplo, segundo Ilan, são os griots da África Ocidental. Misto de contador de histórias, genealogista, artista e mediador político, o griot visita diferentes comunidades, absorvendo e transmitindo as experiências de seu povo. No Brasil, a tradição oral continua forte entre as tribos indígenas, os poetas e cantores de cordel e os contadores de histórias rurais. Os grandes centros urbanos também têm seus narradores, e o surgimento desse grupo nas últimas décadas ajudou a manter viva a prática milenar. Segundo a educadora e contadora de histórias Gislayne Matos, um renascimento da tradição oral foi iniciado no início da década de 1970, principalmente na Europa. Esse movimento se espalhou pelo Brasil no final da década seguinte, levando ao surgimento de novos grupos de contadores de histórias e à realização de inúmeros eventos e projetos. [...]