• Matéria: Inglês
  • Autor: samiraleal74
  • Perguntado 4 anos atrás

Cobrança
Moacyr Scliar

Ela abriu a janela e ali estava ele, diante da casa, caminhando de um lado para outro. Carregava um cartaz, cujos dizeres atraíam a atenção dos passantes: "Aqui mora uma devedora inadimplente".
― Você não pode fazer isso comigo ― protestou ela.
― Claro que posso ― replicou ele. ― Você comprou, não pagou. Você é uma devedora inadimplente. E eu sou cobrador. Por diversas vezes tentei lhe cobrar, você não pagou.


― Não paguei porque não tenho dinheiro. Esta crise...
― Já sei ― ironizou ele. ― Você vai me dizer que por causa daquele ataque lá em Nova York seus negócios ficaram prejudicados. Problema seu, ouviu? Problema seu. Meu problema é lhe cobrar. E é o que estou fazendo.
― Mas você podia fazer isso de uma forma mais discreta...
― Negativo. Já usei todas as formas discretas que podia. Falei com você, expliquei, avisei. Nada. Você fazia de conta que nada tinha a ver com o assunto. Minha paciência foi se esgotando, até que não me restou outro recurso: vou ficar aqui, carregando este cartaz, até você saldar sua dívida.
Neste momento começou a chuviscar.
― Você vai se molhar ― advertiu ela. ― Vai acabar ficando doente. Ele riu, amargo:
― E daí? Se você está preocupada com minha saúde, pague o que deve.
― Posso lhe dar um guarda-chuva...
― Não quero. Tenho de carregar o cartaz, não um guarda-chuva. Ela agora estava irritada:
― Acabe com isso, Aristides, e venha para dentro. Afinal, você é meu marido, você mora aqui.
― Sou seu marido ― retrucou ele ― e você é minha mulher, mas eu sou cobrador profissional e você é devedora. Eu avisei: não compre essa geladeira, eu não ganho o suficiente para pagar as prestações. Mas não, você não me ouviu. E agora o pessoal lá da empresa de cobrança quer o dinheiro. O que quer você que eu faça? Que perca meu emprego? De jeito nenhum. Vou ficar aqui até você cumprir sua obrigação.

Chovia mais forte, agora. Borrada, a inscrição tornara-se ilegível. A ele, isso pouco importava: continuava andando de um lado para outro, diante da casa, carregando o seu cartaz.

1 Nesta crônica a mulher não tem nome.Em sua opinião por que isso acontece ?

2 A que “ ataque lá em Nova York ” a crônica se refere ?

3 na sua opinião o cronista faz uma crítica no texto? justifique

4 qual a intenção do autor utilizar as reticências no sexto parágrafo?

5 a vontade de ter um celular moderno a tv de última geração roupas de marca carro novo entre outras faz as pessoas gastarem mais do que podem. você concorda? escreva um parágrafo sobre seu ponto de vista.

6 qual o sujeito da frase escrita no cartaz?

7 identifique o predicado da oração presente no cartaz

Respostas

respondido por: alicemaria83
1

Resposta:

1.Acho que ocorre pois muitas pessoas vivem de aparências, fingindo ser ricos.

2.provavelmente ao ataque terrorista das torres gêmeas

3.Sim,pois nós mostra que as pessoas vivem de aparências e se comprometem com coisas que não são capazes de honrar só para estarem na moda,ou para impressionar as outras pessoas.

4. reticências são usadas para indicar que a frase foi interrompida

5. Sim. Vivemos em um mundo de aparências onde as pessoas estão cada vez mais fissuradas em algo que podem comprar para impressionar outras pessoas! Muitas vezes elas não dão conta de honrar suas dívidas mas mesmo assim se comprometem a uma para poder agradar aos outros, se tornando cada vez mais superficiais,ignorantes e consumistas

6. uma devedora.

7. isso eu não sei, sinto muito

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