Agora, leia os textos 1 e 2 para responder às questões propostas.
TEXTO I
“Coleira” é necessária para alguns
A questão do controle dos pais sobre os filhos sempre é controversa, mas é necessário
deixar claro que o responsável pelos limites que os adultos estabelecem para a sua autonomia é o
próprio adolescente.
Quem vai dizer se tem de haver um controle ou não é a própria vida que o adolescente leva
nesse processo de “segundo parto” - porque a adolescência é o segundo parto para ganhar a
autonomia comportamental.
Teoricamente, esse jovem não precisa depender dos adultos para decidir o que fazer.
Agora, uma vez que ele não se mostre competente para ditar os próprios rumos e, em vez de ir à
escola, ficar no bar da esquina, o controle é necessário.
Nesse contexto, aparelhos rastreadores capazes de deixar os filhos localizáveis o tempo
todo, que chamo de “coleira virtual”, são bastante viáveis. Esses jovens que precisam de controle não tomam as medidas de proteção necessárias e
acabam se expondo a todo tipo de perigo. Em vez de manter a família informada, simplesmente
desaparecem. Os pais têm de impor limites: se largar o celular em qualquer lugar, então não
merece sair.
Nesse ponto, tem de ser um pouco mais radical, porque alguns adolescentes transcendem
os limites, e os pais só vão saber na hora de tirá-los, na melhor das hipóteses, da delegacia.
Assim como há jovens que podem ir para a “balada” sem maiores preocupações, existem
outros que precisam, sim, dessa “coleira virtual”.
Içami Tiba
TEXTO II
Trocamos educação por tecnologia?
Ora, ora! Quem diria que a geração pós-Segunda Guerra que lutou pela democracia e pela
liberdade, que bradou contra a tutela da família, chegasse a esse ponto com os próprios filhos?
“Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...”
Em primeiro lugar, se tem quem controle o jovem, por que haveria ele de se
responsabilizar pelo autocontrole? Mais fácil deixar para os pais essa tarefa difícil já que eles
assim o desejam. Em segundo, tem a dificuldade da construção da privacidade. E sem
privacidade, não há intimidade. E tem mais, ainda: se os pais não acreditam que o filho seja capaz
de avaliar situações de risco, de se proteger, de caminhar com as próprias pernas, por que ele
mesmo acreditaria?
Estamos trocando a educação para a liberdade responsável e para a autonomia pelos
recursos tecnológicos mais avançados, é isso? O caminho é sedutor porque bem mais simples e
com custos bem menores. Os pais, preocupados com a segurança dos filhos - ah, o que não temos
feito em nome desse item! -, acabam consumindo, sem grandes reflexões, as ideias mais absurdas.
Como essa, por exemplo, do controle da localização dos filhos pelo celular.
O controle é eficiente para acalmar as aflições dos pais. É eficiente, ainda, para provocar
efeitos colaterais dos mais indesejáveis, e outros riscos. Vejamos.
Pensando bem, é uma bobagem preocupar-se com isso. Os jovens sempre têm respostas
inteligentes para propostas medíocres. Eles encontrarão um jeito de burlar o dispositivo. Não são
eles os melhores no uso da tecnologia?
Folha de S. Paulo, 12 dez. 2004, p. c3. Rosely Sayão
QUESTÃO 01. O artigo de opinião é um texto que expõe o ponto de vista de quem o assina – um
jornalista ou um colaborador do veículo de comunicação. É um gênero de grande importância
social, pois permite a manifestação de opiniões de pessoas de vários segmentos da sociedade. O
artigo de opinião procura debater questões que suscitam (geram) polêmica. Considerando que os
textos I e II são artigos de opinião, qual é a polêmica por eles abordada?
Respostas
respondido por:
3
Resposta:
Não entendi os textos estão muitos sem pé e nem cabeça
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