O microempresário Ludovico Ramalho Bruno, 46, disse acreditar que o filho Rubens Arruda,
19, estava alcoolizado ou drogado quando participou do espancamento da empregada doméstica
Sirlei Pinto. “Uma pessoa normal vai fazer uma agressão dessa?”, perguntou ele após ter sido
vítima de um tiroteio na delegacia.
Dono de uma firma de passeios turísticos, Bruno afirmou que o filho não deveria ser preso,
para não conviver com criminosos na cadeia. “Foi uma coisa feia que eles fizeram? Foi. Não justifica
o que fizeram. Mas prender, botar preso, juntar eles com outros bandidos... Essas pessoas que
têm estudo, que têm caráter, junto com um cara desses? Existem crimes piores.”
Se forem indiciados, os acusados vão responder por tentativa de latrocínio (pena de 7 a 15
anos de prisão em caso de detenção) e lesão corporal dolosa (de 1 a 8 anos de prisão).
Folha: O sr. acredita na acusação contra o seu filho?
Ludovico Ramalho Bruno: Eles não são bandidos. Tem que criar outras instâncias para puni-los.
Queria dizer à sociedade que nós, pais, não temos culpa nisso. Eles cometeram erro? Cometeram.
Mas não vai ser justo manter crianças que estão na faculdade, estão estudando, trabalham, presos.
É desnecessário, vai marginalizar lá dentro. Foi uma coisa feia o que eles fizeram? Foi. Não justifica
o que fizeram. Mas prender, botar preso, juntar eles com outros bandidos... Essas pessoas que
têm estudo, têm caráter, junto com uns caras desses? Existem crimes piores.
Folha: O sr. já falou com ele?
Bruno: Não. É um deslize na vida dele. E vai pagar caro. Está detido, chorando, desesperado.
Daqui vai ser transferido. Peço ao juiz que dê a chance para cuidarmos dos nossos filhos. Peguei
a senhora que foi agredida, abracei, chorei com ela e pedi perdão. Foi a primeira coisa que fiz
quando vi a moça, foi o mínimo que pude fazer. Não é justo prender cinco jovens que estudam, que
trabalham, que têm pai e mãe, e juntar bandidos que a gente não sabe de onde vieram. Imagina o
sofrimento desses garotos.
Folha: O sr. acha que eles tinham bebido ou usado droga?
Bruno: Estamos com epidemia de droga. A droga tomou conta do Brasil. O inimigo do brasileiro é
a droga. Tem que legalizar isso. Botar nas farmácias, nos hospitais. Com esse dinheiro que vai ser
arrecadado, pagar clínicas, botar os viciados lá, controlar a droga.
Folha: Mas o sr. acha que eles poderiam estar embriagados ou drogados?
Bruno: Mas é lógico. Uma pessoa normal vai fazer uma agressão dessa? Lógico que não. Lógico
que estavam embriagados, lógico que poderiam estar drogados. Eu nunca vi [o filho usar droga].
Mas como posso falar de um jovem de 19 anos que está na rua com uma epidemia de droga, com
essas festas rave, essas loucuras todas.
Folha: Como é seu filho em casa?
Bruno: Fica no computador, vai à praia, estuda, trabalha comigo. Uma pessoa normal, um garoto
normal.
(Folha de S.Paulo, 26/06/2007 p. C4)
Assinale a opção que indica o principal argumento usado pelo pai para rejeitar o encarceramento
do filho junto com bandidos.
(A) O filho cometeu apenas um deslize.
(B) O filho tem hábitos de uma pessoa normal.
(C) O filho trabalha, estuda, tem família.
(D) O filho sofre com a epidemia das drogas.
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alternativa A "O filho cometeu apenas um deslize"
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