Respostas
Resposta :
A sociedade inglesa da época era dividida da seguinte forma:
Nobreza: ao lado da antiga nobreza feudal – latifundiária, exploradora da mão de obra servil, detentora de privilégios –, havia uma nova nobreza, chamada de gentry, que havia surgido após a Reforma Anglicana. O rei Henrique VIII confiscou os bens e as terras da Igreja Católica e os vendeu a burgueses enriquecidos pelo comércio. Assim, o monarca obteve recursos consideráveis para sustentar o aparelho de Estado. Contudo, o processo de cercamento das terras comunais (enclosures) havia resultado na expulsão do campo de milhares de camponeses. Suas terras acabaram nãos mãos dessa nova nobreza. Esses novos nobres passaram a se dedicar à agricultura comercial, visando ao abastecimento dos núcleos urbanos que se desenvolviam. Investiam capitais oriundos de outras atividades econômicas, sobretudo do comércio, na agricultura, originando assim uma nobreza empreendedora.
Burguesia: também esse grupo não era homogêneo. Havia uma burguesia mercantil e monopolista que, além de grande riqueza acumulada, usufruía de enormes privilégios junto ao rei (frequentava a Corte, recebia concessões monopolísticas da Coroa) e, por isso, apoiava incondicionalmente o Absolutismo. Esse grupo, em troca das vantagens econômicas que recebia do rei, garantia os recursos necessários à plena manutenção do Estado Absolutista, antecipando lucros e impostos. Havia, entretanto, outro segmento burguês no interior da sociedade inglesa: a burguesia manufatureira. Tratava-se de um grupo ligado à produção de manufaturas - sobretudo têxteis -, que não usufruía de qualquer vantagem econômica, social ou política e que, acima de tudo, desejava a ampliação do mercado consumidor para seus produtos. Para isso, era necessário abolir os laços servis e converter camponeses e trabalhadores urbanos em consumidores. Além disso, exigia o fim das restrições mercantilistas e a liberdade de produção e comércio.
Povo: o restante da população inglesa – formada por camponeses sujeitos às obrigações servis em relação à nobreza proprietária de terras, e por camponeses expropriados pelos cercamentos, que abandonaram o campo e se dirigiram para as cidades, constituindo o proletariado urbano. Esse grupo desejava retornar às atividades rurais e, por isso, condenava o absolutismo promotor de sua expulsão. Ainda compunham o povo, os pequenos comerciantes e os artesãos que moravam nas cidades.