• Matéria: História
  • Autor: clara87315
  • Perguntado 4 anos atrás

Porque podemos afirmar que o Vargas do Governo provisório era totalmente diferente do Vargas do Governo Constitucional e assim sucessivamente?

Respostas

respondido por: gachaflixfoxfox
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Resposta:

O governo provisório foi a primeira fase da Era Vargas, começando em 1930, logo após a vitória da revolução que colocou Getúlio Vargas no poder, até 1934, quando o Congresso Nacional promulgou a nova Constituição brasileira. Nesse período, Vargas governou o Brasil por meio de decreto-lei, já que o Congresso Nacional estava fechado desde outubro de 1930 e a Constituição de 1891 havia sido cancelada.

Os paulistas foram os primeiros a acusarem Vargas de ser ditador e pegaram em armas, em 1932, para exigir uma nova Constituição para o Brasil. Apesar da derrota para as tropas federais, os paulistas conseguiram o que queriam: em 1934, o Congresso Nacional promulgava uma nova Constituição que trazia algumas novidades, como o voto feminino, o voto secreto e as primeiras leis trabalhistas.

Revolução de 1930

Em 1930, o Brasil teve eleições presidenciais. Naquela época, o voto era aberto e as chances de fraudes eleitorais eram grandes. De acordo com a política do café com leite, paulistas e mineiros revezavam-se na presidência da república. Naquele ano, o paulista Washington Luís encerraria seu mandato e deveria indicar um mineiro para a sua sucessão. Contudo, ele quebrou o acordo firmado com os mineiros, e o seu candidato para as eleições foi Júlio Prestes, outro paulista. Isso fez com que Minas Gerais rompesse politicamente com São Paulo e migrasse para a oposição.

O gaúcho Getúlio Vargas era o candidato oposicionista e liderava a Aliança Liberal. Seu vice era o paraibano João Pessoa. Ambos representavam os estados excluídos das políticas que beneficiavam apenas as oligarquias que estavam no poder. Apesar do apoio que conquistou, Vargas e Pessoa foram derrotados pela chapa governista liderada por Júlio Prestes.

A morte de João Pessoa, em 26 de julho de 1930, reacendeu a chama oposicionista. Seu assassinato foi considerado como crime político, uma perseguição do governo federal contra seus opositores, e transformou-se no estopim para a Revolução de 1930. Do Rio Grande do Sul partiram as tropas em direção ao Rio de Janeiro para depor o presidente Washington Luís e impedir a posse de Júlio Prestes.

Apesar de o governo federal ter acreditado na vitória das tropas legalistas, os revolucionários venceram. Em 24 de outubro daquele ano, eles chegaram ao Rio de Janeiro. O presidente tentou reagir à revolução, mas foi aconselhado pelo cardeal Paes Leme, arcebispo do Rio, a entregar-se. Dias depois, Getúlio Vargas desembarcava na capital federal para assumir o poder do governo provisório.

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Como foi o governo provisório?

O governo provisório iniciou-se, logo após a vitória da Revolução de 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao Palácio do Catete, sede do Poder Executivo, quando o Rio de Janeiro era capital federal. As primeiras medidas do novo governo foram:

o fechamento do Congresso Nacional;

a anulação da Constituição vigente (a primeira da república, promulgada em 1891);

a extinção dos partidos políticos. Vargas governaria por meio de decreto-lei.

Até 1930, os governadores estaduais eram chamados de presidentes de estado. Com a vitória da revolução, os presidentes foram depostos, o que marcou o fim do domínio dos coronéis e das antigas oligarquias sobre os estados. No lugar foram empossados os interventores federais, líderes aliados de Vargas e que deveriam cumprir as ordens do Executivo federal nos estados, como constava no Código dos Interventores.

Getúlio Vargas e alguns dos seus ministros em 1931, primeiro ano do governo provisório.

Getúlio Vargas e alguns dos seus ministros em 1931, primeiro ano do governo provisório.

Durante o governo provisório, Vargas decidiu racionalizar a administração pública. Ele criou alguns ministérios, como o da Educação e Saúde e o do Trabalho, Indústria e Comércio. O novo governo começava a investir na industrialização e no cuidado do operariado que começava a formar-se quando as primeiras indústrias de base foram instaladas.

Vargas começava a atrelar sua imagem ao trabalhismo e concedeu direitos aos trabalhadores urbanos da indústria, como descanso remunerado, férias e outros benefícios. Os sindicatos perderam sua autonomia, tornando-se instrumentos do Estado. O Ministério da Educação e Saúde ficou sob o comando de Gustavo Capanema, que tratou de reunir intelectuais para serem seus assessores, como o poeta Carlos Drummond de Andrade.

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