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As enchentes constituem um grave problema no espaço das cidades, principalmente nos grandes centros urbanos. Geralmente, sua causa está relacionada com a acumulação da água das chuvas sem a existência de meios necessários para o seu escoamento. No entanto, nem todas as suas causas são antrópicas, ou seja, causadas pelo homem. Em alguns casos, essa é apenas uma ocorrência natural, que é intensificada pelo processo de urbanização desordenado e sem planejamento.
Muitos rios formam aquilo que chamamos de planícies de inundação. Esses cursos d'água dispõem de uma área nos limites de suas margens para as quais extravasam a sua vazão durante alguns períodos de fortes chuvas. O problema é que, graças à expansão urbana acelerada, algumas dessas áreas de inundação são erroneamente ocupadas, causando inundações que chegam a deixar bairros inteiros embaixo d'água.
Esquema ilustrando a origem natural das enchentes
Esquema ilustrando a origem natural das enchentes
Casas e regiões inteiras podem ficar embaixo d'água
Casas e regiões inteiras podem ficar embaixo d'água
Podemos perceber então que a questão das enchentes e inundações nos centros urbanos é um típico caso de uma manifestação natural que é intensificada pela ação humana e pela forma com que ocorre o processo de uso e ocupação do espaço geográfico. Em linhas gerais, o uso irregular do espaço das cidades, sobretudo nas margens dos cursos d'água, está relacionado com as administrações municipais e com a ineficácia ou inexistência de um Plano Diretor plenamente adequado a essas questões. A melhor medida a ser tomada, nesse tipo de caso, é a remoção das famílias dessa zona de risco e o direcionamento de suas moradias para outras localidades.
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Além das causas naturais, a elevação do volume do leito dos rios pode ser intensificada por ações como a impermeabilização do solo. Após as precipitações, as águas podem seguir três direções principais: para cima (quando evaporam), para baixo (quando infiltram) e horizontalmente (escoamento superficial). Quando as chuvas são muito intensas e a umidade é elevada, praticamente não há evaporação e, com a impermeabilização dos solos (com asfaltos e calçadas), as enxurradas tendem a aumentar e intensificar o poder das enchentes.
O problema da pavimentação das ruas e a cimentação de quintais e calçadas poderia ser atenuado pela correta instalação de sistemas de drenagem, que são meios para ajudar a conter ou a escoar o curso das enxurradas por meio de “bocas de lobo”, “piscinões” ou dutos para levar o excesso de água para outra localidade. No entanto, quando esses sistemas são ineficientes e mal construídos – geralmente por falta, desvio ou superfaturamento da verba pública –, ocorrem graves problemas nas épocas de chuva.
Para piorar a situação, muitas vezes esses sistemas de drenagem são prejudicados pelo excesso de lixo descartado de maneira incorreta, poluindo as cidades e entupindo valas que teriam a função de acumular água em vez de resíduos sólidos. A consequência é a elevação do nível das águas além do esperado.
Portanto, o problema das enchentes precisa ser combatido antes mesmo do período de chuvas, com incentivos públicos que visem à promoção de sistemas eficientes de drenagem, a avaliação das zonas de risco nas proximidades de rios e a ampliação de programas de conscientização pública, a fim de diminuir o descarte irregular de lixo nas ruas das cidades.
Registro da ocorrência de enchentes no espaço urbano
Explicação: