• Matéria: Filosofia
  • Autor: carolainelolo90
  • Perguntado 4 anos atrás

1) Disserte sobre as principais diferenças entre a ética medieval e a ética humanista, apresentando as características
de cada uma delas. Em seguida analise quais delas parecem estar mais relacionadas ao contexto em que vivemos e
por que?​


Anaribeir08: Achou a resposta?

Respostas

respondido por: maluiraci7
128

Resposta:

A ética medieval tem a função de ordenar a vida pessoal e social pelo conjunto de virtudes, em busca da paz e da felicidade. A paz, entendida como modo de viver em comunidade, remetendo para a dimensão politica; A felicidade, como fim do ser humano, valorizando a ação como transcedencia.

A ética humanista é antropocêntrica no sentido de que o ser humano é a medida de todas as coisas, de que seus julgamentos estão arraigados na sua existência e só podem ser compreendidos em relação a esta. Apenas o próprio homem pode determinar o critério do que é virtude ou pecado, e não uma autoridade a ele transcedente

Se formos olhar, eu diria que a ética medieval é a que mais se parece com o contexto histórico que estamos vivendo, tendo em vista que grande parte dos politicos e seres humanos querem paz para suas nações

respondido por: AnthonioJorge
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A ética medieval pode ser considerada uma derivação da ética de Santo Agostinho, que é também conhecida como ética do livre-arbítrio.  

Agostinho, santo da Igreja Católica e principal autor do período chamado de Patrística, destacou o conceito de livre-arbítrio para buscar a compreensão do problema da existência do mal no mundo.

A pergunta inicial de Agostinho é: o homem é livre para agir fora do pecado? Ele pode escapar do pecado, não ser invejoso, por exemplo, por si mesmo, ou precisa de uma ação externa que o ajude? Em "Sobre o Livre-arbítrio", Santo Agostinho diz que sim, o livre-arbitrio pode nos fazer escapar do pecado. O importante aqui é levar em conta contra quem que ele fala e quem ele está criticando: sua obra é assistemática e ele é um escritor de combate. Aqui, nesse livro, Agostinho está em combate com o MANIQUEÍSMO.

Mani foi um profeta persa, cristão, que se disse uma espécie de retorno de Cristo, uma espécie de novo profeta. A hipótese dos maniqueus (próxima do gnosticismo), puxada do zoroastrismo, é entender que existem dois princípios em ação no cosmos: o da luz e o das trevas (um pacato, o outro irrequieto, respectivamente). O maniqueísmo é a ideia de que o mundo é resultado de um principio mal. O mal do mundo é criado pelo próprio principio divino que é mau. Já o principio divino que é bom, que prega uma via de celibato, como Jesus Cristo, é um principio que nega a criação, porque a criação é fruto de um principio irrequieto, insatisfeito, ambivalente e violento.

Contra isso que Agostinho escreve.

Agostinho foi maniqueu e em algum momento ele entendeu que o mal no mundo estava na própria natureza de quem criou o mundo. O livro do livre-arbítrio é feito para desresponsabilizar Deus do mal do mundo. Antes da queda, o homem era livre do pecado – eles tinham autonomia do livre-arbítrio. Mas eles optam por fazer o mal. Havia um livre-arbitrio autônomo que é degenerado por uma atitude de olhar para as coisas sem antes olhar para Deus (entendendo-se coisas como você mesmo, inclusive).

Adão e Eva foram criados para a primeira e fundante relação que eles deveriam ter: a relação com Deus. O livre-arbítrio em Adão e Eva está assentado em um desejo infinito de conhecimento e amor cujo objeto é Deus, que já preenche esse desejo infinito com sua infinitude. O problema é que Adão e Eva desejam os objetos do mundo sem passar por Deus. É uma ideia de decupagem do pecado original. É uma compreensão da dinâmica do pecado ao longo do tempo, que se caracteriza pela vontade humana continuamente se dirigir para baixo, para si mesmo, para as coisas sem ser através de Deus, que era a razão pela qual ele foi criado. São seres vocacionados a amar algo infinito mas escolhem desejar a finitude. É uma relação vampiresca.  

Já os maus físicos, como doença, morte, sofrimentos etc., são consequência do pecado original – ou seja, são uma consequência do mal moral, a pena do primeiro pecado. Foi a alma corruptível, portanto, que tornou a carne corruptível, e não o contrário.

A ética humanista, por sua vez, é a ética centrada no teocentrismo - nesta discussão sobre natureza humana baseada nos ensinos católicos - e sim no antrpocentrismo, apostando no progresso do conhecimento humano por meio do progresso técnico e, posteriormente, científico. Do ponto de vista da ética medieval, trata-se do velho pecado do orgulho, mãe, para o catolicismo, de todos os outros pecados.

Para saber mais: brainly.com.br/tarefa/40835219

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