• Matéria: Filosofia
  • Autor: erikarsego
  • Perguntado 4 anos atrás

ELABORE UMA RESENHA SOBRE O TEXTO ABAIXO

TRABALHANDO COM TEXTOS
[...]
Os dois textos que você vai ler agora foram escritos em momentos históricos distintos. O primeiro deles é de Platão, discípulo de Sócrates, que narra as reflexões de seu mestre sobre a justiça em forma de diálogo; o se qundo texto, de Nietzsche, é um aforismo sobre o con coito de vontade de poder, central em sua filosofia. Boa
leitura!
Texto 1
o diálogo Górgias tem como tema central a arte do dis curso, que os gregos chamavam de retórica e que os so fistas dominavam muito bem e ensinavam a seus discípu los o personagem Górgias, que dá título ao diálogo, era um dos principais sofistas e grande retórico. No trecho reproduzido a seguir, Sócrates dialoga com outro perso nagem, Polo, sobre se é melhor praticar uma injustiça ou sofrê-la.
SÓCRATES: Conclui-se então que o maior mal consiste em praticar uma injustiça.
POLO: Sim, ao que parece.
SOCRATES: No entanto, ficou claro que pagar por seus crimes leva à libertação do mal.
POLO: É possível que sim. SOCRATES: E não pagar por eles é permanecer no Mal. POLO: Sim.
SOCRATES: Cometer uma injustiça é então o segundo dos males, sendo o primeiro, e maior, não pagar pelos crimes cometidos.
POLO: Sim, ao que parece.
SÓCRATES: Mas, meu amigo, não era disso que discor dávamos? Tu consideravas feliz Arquelau [um governante da época) por praticar os maiores crimes sem sofrer ne nhuma punição; a meu ver, é o oposto. Arquelau, ou qual quer outro que não pague pelos crimes que comete, deve ser mais infeliz do que todos. Será sempre mais infeliz o autor da injustiça do que a vítima, e mais ainda aquele que per manece impune e não paga por seus crimes. Não era isso o que eu dizia?
POLO: Sim.
Praticar uma injustiça é o maior dos males
SÓCRATES: ... Porque o maior dos males consiste em praticar uma injustiça.
POLO: Esse é o maior? Não é o maior sofrer uma in justiça?
SÓCRATES: Absolutamente não.
POLO: Preferirias então sofrer uma injustiça a prati cá-la?
SÓCRATES: Não preferiria uma coisa nem outra; mas se fosse inevitável sofrer ou praticar uma injustiça, preferiria sofrê-la.
SÓCRATES: Considerando-se dois doentes, seja do cor po ou da alma, qual o mais infeliz: o que se trata e obtém a cura, ou aquele que não se trata e permanece doente?
POLO: Evidentemente, aquele que não se trata.
SOCRATES: E não é verdade que pagar pelos próprios crimes seria a libertação de um mal maior?
POLO: É claro que sim.
SOCRATES: Isso porque a justiça é uma cura moral que nos disciplina e nos torna mais justos?
POLO: Sim
SÓCRATES: O mais feliz, porém, é aquele que não tem maldade na alma, pois ficou provado que esse é o maior dos males.
POLO: É claro.
SÓCRATES: Em segundo lugar vem aquele que dessa maldade foi libertado.
POLO: Naturalmente.
SÓCRATES: Afirmo, Calicles (outro interlocutor no diálogo), que o maior mal não é ser golpeado na face sem motivo, ou ser ferido, ou roubado. Bater-me e ferir a mim e aos meus, escravizar-me, assaltar minha casa, em suma, causar a mim e aos meus algum dano é pior e mais deson roso para quem o faz do que para mim, que sofro esses males. Essas conclusões a que chego foram provadas ao longo de nossa discussão e, para usar uma imagem forte, firmemente estabelecidas por uma cadeia de argumentos rígida como ferro, tanto quanto posso julgar até esse mo mento. E a menos que tu, ou alguém mais radical, rompa esta cadeia, ninguém que afirme algo diferente pode estar certo. De minha parte, sigo meu princípio invariável. Não sei se isso é verdade, mas de todas as pessoas que encon trei até agora nenhuma foi capaz de afirmar o contrário sem cair no ridículo. Assumo, portanto, que esta seja a verdade. E se estou correto, e fazer o Mal é o pior que pode ocorrer para aquele que o pratica, e maior mal ain da, se possível, é não ser punido por isso, que tipo de pro teção seria ridículo um homem não poder prover para si próprio? Deveria ser, com certeza, a contra o que nos cau sa o maior mal.
PLATÃO. Górgias. In: MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2007. p. 23-25.
CAPÍTULO 1 | OS VALORES E AS ESCOLHAS
133
Scanned with CamScanner

Respostas

respondido por: bielpratt
1

Resposta:

é urgente para agr amigo ? ,se for avise-me


erikarsego: ai sim, é urgente tenho que entregar ate as 23h
Perguntas similares