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Surgiu do leito do rio sem margens
Cantando a serenata do silêncio,
Do mar de desejos que a pele esconde,
Trazia sal no corpo inviolável.
Banhando-se no sol da estranha tarde
Cabelo aos pés mulher completamente,
Tatuou nas retinas dos meus olhos,
A forma perfeita da tez morena.
Com a lâmina dos raios penetrantes,
Arando fortemente as minhas carnes,
Espalhou sementes de dor e espanto.
Deixando-me abraçado à sua sombra,
Desceu no hálito da boca da argila
E, ali, adormeceu profundamente.
Iara, de Benjamin Sanches (1915 -1978)
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Resposta:A alma da floresta
à cidade escurece,
deixa-a noturna,
faz-te uma prece
para que durmas
à luz de candeia
enquanto seu corpo,
longe, incendeia.
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