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Comemorada em 7 de setembro, a Independência do Brasil tornou-se uma data histórica, vista como um momento de transição no país. Do ponto de vista historiográfico, o marco foi a coroação de um processo que já vinha em curso desde a chegada da família real portuguesa na colônia, relembra o professor de graduação e pós em História da Unoeste, Thiago Granja Belieiro. Para ele, as datas históricas vão além de um feriado, carregam uma importância simbólica muito grande.
“O que aconteceu naquela data de 1822 foi apenas a transferência do poder do rei Dom João VI para seu filho Dom Pedro I, ou seja, continuou nas mãos da família real portuguesa. As estruturas econômica e política continuaram iguais, a dominação das classes altas ainda ocorria e a situação social do cidadão continuou a mesma”, explica.
Entretanto, para o docente, é interessante pensar que os eventos históricos têm grande importância para a constituição da nação, da nacionalidade e do sentimento de pertencimento. O professor conta que, segundo o historiador francês François Hartog, a sociedade tem uma relação de “presentismo” com o tempo, como se não tivesse passado e não almejasse futuro. “Nesse sentido, a história passa a ter uma importância muito grande, porque dá aos indivíduos uma noção de como as coisas são hoje, além de servir para as pessoas lembrarem daquilo que esqueceram”.
Belieiro diz que é interessante pensar sempre na relação que existe entre duas épocas distintas, quando o historiador busca no passado respostas para questões atuais e compreensão dos problemas presentes. Uma boa ponte é entre as atuais manifestações e as rebeliões realizadas um tempo depois da independência, no período regencial, quando Dom Pedro I foi embora e o país passou a ser governado pela elite local. “Entre tantos motivos, havia o desejo em comum de implantar uma república, ao passo que agora o anseio é de ter maior clareza no sistema político e melhorar essa república”.
Na Unoeste – A universidade oferece graduação e pós-graduação em História. Com duração de seis semestres, a licenciatura estimula investigação e interpretação crítica dos acontecimentos em seus vários aspectos. Já a especialização em História, Sociedade e Cultura dura 15 meses e contribui com a formação continuada, por meio de leitura e produção de textos, pesquisa em documentos e objetos históricos.
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