Respostas
Resposta: eguindo as proporções do gráfico, o número tende a aumentar ano após ano. As estatísticas refletem apenas os casos registrados, que podem representar apenas uma parte se levados em consideração os ainda não detectados. O tema segue sendo acompanhando de perto pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), por meio da Secretaria Nacional de Proteção Global (SNPG).
A assessora para Assuntos sobre Refugiados, Cláudia Giovannetti, falou sobre o crime. “Nesse crime, os traficantes se aproveitam da situação de vulnerabilidade das pessoas para colocá-las em uma situação de exploração. As vítimas têm perfis muito variados, podem ser mulheres, crianças, adolescentes, pessoas LGBT, imigrantes, homens. O que as une é exatamente a vulnerabilidade que as expõe a promessas e ofertas enganosas”, explicou.
De acordo com a assessora, as dificuldades exploradas não são apenas econômicas, mas sociais, situacionais ou circunstanciais. “Essas vulnerabilidades podem ser decorrentes de uma característica da pessoa como, por exemplo, o fato de ser criança, o seu sexo ou a sua orientação sexual. Também há aquelas situacionais, relacionadas e um momento pelo qual a pessoa esteja passando, como o fato de estar indocumentada em um país que não é o seu. Já as circunstanciais envolvem situações econômicas, dependência química, entre outras”, disse.
Sobre a forma de atuação dos criminosos, Claudia destacou a pluralidade na abordagem, que se modifica a depender da situação da vítima. "Uma forma comum são as promessas de emprego. O 'empregador' paga a passagem ou o alojamento da vítima, que deve pagar esse custeio com seu trabalho, uma dívida que nunca termina. Há também promessas de emprego que não correspondem à realidade. A pessoa chega no destino pensando que será garçonete ou modelo e, na verdade, pode acabar em situação de exploração sexual", observou.
A gestora também destacou as ações que envolvem a modalidade da adoção ilegal. "Nessa modalidade, alguém se aproveita da fragilidade de uma família para comprar crianças, fraudando seu registro de nascimento. Enfim, são várias as formas de tráfico de pessoas e todas precisam ser combatidas.”, relatou.
Tráfico de mulheres
O relatório da UNODC revelou que a maioria das vítimas são mulheres e meninas, recorte que chega a 72% dos casos. Os outros 21% são homens e 7% meninos. Para a secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto, o motivo é a exploração sexual. "Essas mulheres e meninas são levadas para serem exploradas sexualmente ou vítimas de trabalho escravo. Entretanto, o tema é pouco discutido na sociedade”, concluiu.
Em relação ao tráfico de mulheres, o relatório mostra que 83% são traficadas com fins de exploração sexual, 13% para trabalho forçado e 4% para outras finalidades. Já entre os homens, 82% são traficados para trabalhos forçados, 10% com fins de exploração sexual, 1% para remoção de órgãos e 7% para outros objetivos.