Respostas
Resposta:
De acordo com a visão predominante atualmente, os evangelhos sinópticos são fontes primárias de informação histórica a respeito de Jesus e o movimento religiosos que ele fundou, embora nem tudo contido nos evangelhos seja considerado historicamente fiável.
Explicação:
Os evangelhos, como fonte histórica, são problemáticos pois apresentam, muitas vezes, informações conflitantes.
Por exemplo: no Evangelho de São Lucas o nascimento de Jesus ocorre no final do reinado de Herodes (4 a.C); mas no de Mateus, que concorda ter Jesus nascido em Belém, situa o evento dois anos depois, relacionando-o ao recenseamento romano na Judeia.
Segundo Marcos, Jesus teria quatro irmãos e várias irmãs, sendo que Mateus nada diz sobre isso, mas descreve a natureza virginal de Maria, que em Marcos não é citada.
A crucificação de Jesus acontece também em momentos distintos, pois para João é antes da Páscoa e após ela para Lucas. Em Mateus Judas se suicida, mas em Atos morre numa queda.
Isso decorre do fato bastante provável, de que os evangelhos foram escritos muito depois dos eventos narrados. E mesmo assim, o foram por discípulos dos primeiros apóstolos. O de São Marcos é considerado o mais antigo pois dos seus 661 versículos, nada menos de 600 são repetidos em Mateus e 350 aparecem em Lucas. Nada menos de 200 versículos são comuns a Mateus e Lucas.
Mateus têm 230 versículos que não aparecem repetidos nos outros evangelhos.
No século I, os redatores dos Evangelhos reuniram, provavelmente, uma coletânea de citações. frases e parábolas que circulavam entre as primeiras comunidades cristãs, acrescentando, diminuindo e interpretando diversos eventos e situações.
Além disso, existem as dificuldades decorrentes das transliterações dos alfabetos hebraico, aramaico, grego e latim entre si.
“O Novo Testamento é o testemunho de pessoas que acreditavam” diz o teólogo Edward Schillebeeckx. E prossegue “O que os evangelistas dizem não é História, mas a expressão de sua crença em Cristo”.
O texto é portanto representação de uma fé militante e não o registro crônico de eventos. O que afasta tais textos da História em si, reafirma seu papel de suporte e alento para uma vivência religiosa.
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