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As pessoas precisam se conscientizar da importância da raça negra e de sua cultura na formação do povo brasileiro e da cultura do nosso país. Conhecer melhor sobre os afro-descendentes que fogem ao estigma da escravidão mais do que saciar curiosidades, nos ensina que, desde cedo, esses brasileiros impuseram, com sua existência, o fato de que a cor jamais os condenou à inferioridade intelectual. Apesar do ambiente que lhes era desfavorável eles alcançaram admiração e respeito assim como muitos outros que lutaram pela conquista de seu espaço.
Às vezes estamos muito próximos de referências históricas importantes e não percebemos, nem tampouco nos alertam para isso na escola. Quando ouvimos O Guarani, de Carlos Gomes, na abertura da Hora do Brasil, por exemplo, é sem saber que o nosso compositor erudito era neto de uma escrava forra. Também não nos damos conta de que o nome Rebouças que batiza viadutos, túneis e avenidas nas maiores cidades brasileiras homenageia o sobrenome de uma ilustre família de políticos baianos negros, do século XIX, cujos membros foram importantes engenheiros, os irmãos André e Antônio Pereira Rebouças Filho, construtores de ferrovias e obras de grande porte. E no esporte: Ademar Ferreira da Silva e João do Pulo no atletismo, Leônidas da Silva, e Edson Arantes do Nascimento (Pelé) no futebol, Janete no basquete, Machado de Assis na literatura filho de um mulato que pintava paredes (Francisco José de Assis). Chiquinha Gonzaga (filha de uma negra Rosa Maria Neves de Lima) na música, o ex-escravo, filho de negros alforriados, escritor abolicionista Dante Negro do Brasil (João da Cruz e Sousa), recentemente o Exmo. Ministro do Supremo Tribunal Federal-STF, Joaquim Barbosa, não gosto de citar nomes, pois sempre cometo a injustiça de esquecer vários.
No Brasil não fomos educados como uma nação multicultural e pluriétnica, precisamos concentrar esforços para ampliar o olhar para além do negro escravo e reconhecer o valor daqueles afro-descendentes em segmentos como a literatura, a música, as artes cênicas, as artes plásticas, as ciências, a medicina, o jornalismo, a diplomacia, a guerra, a política, a religião... É o conhecimento da história real que, enfim, ainda precisamos resgatar. Há dezenas de personalidades, passagens históricas e obras relacionadas à cultura afro-descendente que, se conhecidas, mudarão a perspectiva que temos sobre o povo brasileiro e que foram construídas com explícita parcialidade e má fé pela historiografia oficial.
Precisamos buscar referências, pesquisar, demandar, estudar, perceber o nosso entorno, ir além dos livros didáticos, observar e ouvir a expressão da vida e da cultura nas várias formas em que ela se apresenta em nosso meio. Repito, vivemos em uma sociedade multicultural, onde convivem inúmeras etnias e já não é mais aceito que só os conhecimentos proporcionados pela visão de mundo eurocêntrica, branca, católica e masculina estejam representados na maneira como montamos os currículos escolares. A escola é um espaço que é direito de todas as raças. Mas esse é um direito que para ser respeitado não basta a presença física de seus descendentes na escola.
Enfim, idéias e práticas prepotentes de racismo que ainda permeiam a mente e corações de alguns certamente estão sendo abaladas e eliminadas e as mudanças de atitudes sendo concretizadas.
"(...) o Brasil não é um país de população majoritariamente branca, pois 96.795.294 pessoas se declararam "pretas" ou "pardas", totalizando 50,74% do total" (Márcio Caniello, Brasil Mostra a Sua Cor, 09 de Maio 2011).
Explicação:
pode me dar o selo de melhor resposta? preciso cumprir metaaa