Uma das consequências do uso do crack é a intoxicação pelo alumínio da lata. Isso pode causar feridas nos pulmões que, por sua vez, podem causar a pneumonia e a tuberculose. Explique como o corpo se protege, naturalmente, da entrada dos agentes estranhos que causariam essas doenças e o porquê do consumo da droga dificultar o processo.
Respostas
Resposta:RESUMO
A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa causada por uma bactéria, o
Mycobacterium tuberculosis. O abandono do tratamento da tuberculose pulmonar por
pacientes com baciloscopia positiva favorece a manutenção da cadeia de transmissão, assim
como o aumento das populações bacterianas resistentes à quimioterapia de primeira linha.
Iniciar o tratamento, desistir dele, retratar, abandonar novamente... situação cada vez mais
frequente na população acometida por tuberculose e usuária de drogas, lícitas ou ilícitas. O
consumo de substâncias psicoativas cresceu assustadoramente a partir da segunda metade do
século XX, configurando-se nas últimas décadas como um fenômeno de massa e como uma
questão de saúde pública. Segundo a OMS, cerca de 10% das populações dos centros urbanos
de todo o mundo, consomem abusivamente substâncias psicoativas, independentemente da
idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo. O presente trabalho tem como objetivo
avaliar a influência do uso abusivo de drogas ilícitas no abandono do tratamento para
tuberculose pulmonar em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde no município de
Fortaleza. Por meio de estudo epidemiológico observacional, retrospectivo, foram analisamos
fatores socio-epidemiológicos e fatores clínicos de pacientes em tratamento para tuberculose
pulmonar, verificando-se a presença do uso abusivo de drogas nesta população, e a influência
destas no abandono do tratamento, utilizando para isso questionários estruturados
(questionário geral e ASSIST). Resultados: dos 116 casos de tuberculose investigados, 68,9%
são do sexo masculino, com média de idade de 37,5 anos, de cor parda (72,4%), solteiro
(56,9%), com ensino fundamental incompleto (50%). A situação de emprego da maioria
(37%) era de desemprego. Quanto ao perfil epidemiológico do caso, 84,4% eram de casos
novos, 13% de reingresso após abandono e 2,6% de recidiva. O motivo que levou ao
encerramento do caso mostrou-nos um dado alarmante: 36% dos pacientes abandonaram o
tratamento. Comparando as diferenças entre o grupo de cura e o de abandono, não houve
diferença significativa entre a média das idades dos dois grupos (p > 0,75). Em ambos os
grupos houve predomínio do sexo masculino, porém observamos uma diferença
significativamente maior no grupo do abandono (p = 0,0001). No grupo abandono o nível de
escolaridade foi inferior ao do grupo cura/conclusão (p = 0,017). Houve associação entre
abandono e desemprego (p < 0,0001) e reingresso após abandono. Pelo resultado do
questionário ASSIST, a frequência do uso de drogas na vida correspondeu a 95,1% para o
álcool, seguido do tabaco.(51,6%). A Cannabis sativa, a cocaína e o crack foram citados por
41,9% dos questionados. Inalantes como loló e cola de sapateiro já haviam sido provados por
19,3%. O uso de crack necessita de intervenção com indicação para tratamento intensivo na
maioria dos usuários (61,9%), o que demonstra a força de dependência química que essa
substância causa. Conclusão: O abandono do tratamento da tuberculose se mostra um risco
significativo nos pacientes usuários de drogas, em especial as ilícitas onde observa-se um
consumo abusivo, necessitando-se de intervenção, seja uma intervenção breve ou tratamento
mais intensivo.
Palavras-chaves: Tuberculose. Recusa do Paciente ao Tratamento. Transtornos Relacionados
ao Uso de Substâncias
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