O que motivou Simone de Beauvoir a lutar pelas causas sociais das mulheres, fazendo dela um grande nome no contexto dos movimentos do século XX?
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Quando o livro “O Segundo Sexo”, de Simone de Beauvoir, foi publicado em 1949, causou furor. A obra rapidamente despertou debate, reações de intelectuais e publicações na mídia da época. Beauvoir chegou inclusive a ser ofendida na rua. Mais de 65 anos após seu surgimento, o livro e a autora voltaram a sofrer ataques, entre eles a moção de repúdio dos vereadores campineiros do mês passado, após uma das questões do Enem trazer um trecho da obra com a famosa frase: “ninguém nasce mulher: torna-se mulher”.
Muitos vereadores, em seus discursos de repúdio, mostraram que não tinham sequer conhecimento de quem era Beauvoir e de sua obra. Mas afinal, quem foi Simone de Beauvoir? A escritora, filósofa, intelectual e ativista política, nasceu em Paris em 1908. Sua trajetória de vida foi rumo a uma emancipação completa: não se casou, não foi dona de casa e não teve filhos. Ela retrata essa trajetória no livro: “Memórias de uma moça bem comportada”. Com essa obra, Beauvoir enfrentou as condições sócio religiosas tradicionais de sua época, mas ao mesmo tempo inspirou mulheres pelo mundo Ocidental.
Durante sua vida, publicou trabalhos voltados ao pensamento e teorias sobre o comportamento social. A partir de sua própria história produziu romances autobiográficos e ficções que muito diziam da realidade. E seu primeiro romance, A Convidada, foi publicado em 1943.
Em “O Segundo Sexo”, Beauvoir, ao analisar sua própria condição, acaba por discutir toda uma categoria. Ao dizer que não se nasce mulher, Beauvoir questiona pela primeira vez o termo e o coloca como uma construção social e não um destino biológico. Ela argumenta que o homem teria constituído a mulher como um outro e em um lugar inferior. O livro, portanto, não apenas reivindica a emancipação das mulheres, mas também a sua liberdade, o fim da opressão e da subordinação