• Matéria: Português
  • Autor: giovanaalcantara09az
  • Perguntado 4 anos atrás

Filtrava-se como se pudesse se esquivar da fúria do Tempo. A fúria das horas. A fúria que aflora nas horas de solidão. Era inócua1 aos seus medos. Mas determinada diante dos seus objetivos.
 
Costumava caminhar, e às vezes, percebendo ou não, deixava restos do que ficou e do que sonhava para trás. Pensava, inerte: e se eu voltar? Voltaria, se pudesse? Voltaria, se quisesse? Podia e, vez ou outra, queria. Mas o que ganharia? Não se constroem castelos com pedaços do que ficou. [...]
 
Mas o medo do fim teve fim. Findou-se numa tarde em que o sol se apagou. Num lapso, faltou-lhe ar. Estranhamente, não um sorriso. O mundo veio abaixo. Mas ela não. Nem ela, nem sua pele, nem seus objetivos. O mundo em pó. E ela, só. Mas não tão só. Olhou ao redor. Figuras emergindo das cinzas escuras. Viu-se naqueles rostos. Naqueles olhos confiantes. Naqueles sorrisos de alívio. Pela primeira vez, não se sentiu ameaçada. A ameaça e o Tempo não mais andavam de mãos dadas. Desatada, ela conseguiu enfim encarar o futuro.
 
Naquele dia, fez as pazes com o Tempo.

Texto 2
 
Senhor do Tempo
 
Ó senhor do tempo,
Por que não é como o dos sonhos:
Eterno, figurado e risonho?
 
Chega de nutrir-se
Das trevas, céus e oceanos!
E ouça-me, senhor pesaroso:
Quero saber quando é que acordamos!
 
Pois já cansei-me de ouvir
Sobre o porvir das mudanças.
E é enquanto seguem suas linhas,
Que perco minha presente esperança.
 
Então diga-me: por que?
Por que logo o tempo amado e brilhante
Deve quebrar-se em tão poucos instantes?


Anexos:

faberkiller123: letra A

Respostas

respondido por: lunbrigasega
1

Resposta:

A

Explicação:A

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