• Matéria: Português
  • Autor: irlene232011
  • Perguntado 4 anos atrás

Leia o trecho a seguir: Era justo que chamasse a máquina de Benedita, destinada à intimidade da casa, esquecida na existência oculta de umaempregada que ele, por conta própria, nas horas de descanso, ensinara a ler. Talvez sua vocação maior fosse mesmo ade professor. Quando ela começara a trabalhar com ele, depois de comprá- - la em um leilão e logo alforrid-la e contratá-la, gastara várias noites, à luz de velas, apresentando-lhe as palavras. (SANCHES NETO, M. A máquina de madeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 139.) 7. A partir da leitura desse trecho, responda aos itens a seguir.
a) Há ironia na associação entre a máquina e Benedita, a empregada? Justifique, situando o trecho no romance. b) O trecho faz referência à "vocação de professor. Discorra sobre os destaques atribuídos, no romance, as vocações eocupações do protagonista: de padre, de professor e de inventor.
Alguém me ajudar é urgente tô precisando pra agora ​

Respostas

respondido por: nelmasouzasouza1
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Resposta:

) A associação entre a máquina de escrever e a empregada é parte da ironia que surge em vários níveis, no romance.

As dificuldades enfrentadas pelo protagonista em produzir seu invento, uma máquina de escrever, em escala industrial, estão ligadas a um modelo de sociedade cuja base é a produção de objetos que desempenham funções práticas no mundo do trabalho. Nesse sentido, parece óbvio ao Padre Azevedo que sua invenção não tem lugar nesse mundo masculino e que, portanto, deveria levar o nome de uma mulher. Em um primeiro momento, quando ainda tem esperança de ganhar o patrocínio da corte, pensa em chamar a máquina de Isabel, em homenagem à princesa. Como isso não ocorre, o nome Benedita – da escrava que fora alforriada e alfabetizada por ele – se torna

o mais adequado. A ironia é bastante profunda, visto que o objeto, já ao ser associado ao universo feminino – ainda que ao ambiente da corte –, é tido como algo inútil. Contudo, quando a associação se dá com a escrava alforriada, o grau de marginalização sofrido pela máquina é muito maior. Note-se que, de princesa, ela passa a ex-escrava,

aquela que está “destinada à intimidade da casa” e cuja “existência oculta” não provoca interesse em mais ninguém, além de seu criador.

B) O protagonista de A máquina de madeira, Padre Azevedo, desempenha três funções no romance. Curiosamente, a função de padre, que é o modo como é tratado ao longo de todo o texto, aparece muito pouco. Quase não se vê a personagem em tarefas ligadas à religião. Esta é vista por ele como mais uma atividade que desempenha, mas não é a principal. A função de professor aparece em vários momentos, como nesse trecho, em que ele fala sobre a alfabetização de Benedita. Contudo, é certamente a ocupação de inventor que ganha maior destaque.

Desde o início, o Padre Azevedo se dedica ao aprimoramento e à divulgação de seu invento de maior importância, a máquina de escrever

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