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Em Rafa, bom de bola, Pedro Bloch narra outra de suas muitas histórias humanas. Rafa representa aqui grande parte das crianças brasileiras: aquelas que não têm acesso à educação, que precisam trabalhar para colaborar com o sustento da família, que muito cedo deixam de brincar, que são vítimas de várias formas de preconceito. Mas Rafa é igual a todas as crianças do mundo no que se refere às perspectivas de futuro: sonha com dias melhores. E, apesar de viver em situação de muita privação, é muito íntegro, honesto, solidário, chegando até a ser ingênuo. Por isso conquista, pouco a pouco, o leitor, que passa a torcer pelo bem dele, como se a felicidade desse jovem pudesse se tornar, num passe de mágica, a realidade de todas as crianças que vivem essa mesma condição no Brasil.