• Matéria: Geografia
  • Autor: guilhermetatakae667
  • Perguntado 4 anos atrás

Vivemos num mundo paradoxal onde uns precisam emagrecer e outros não comem o suficiente. Ainda que, em 27 anos, o número de famintos tenha se reduzido em 50%, a fome continua sendo um problema grave. De acordo com dados da FAO, atualmente, mais de 825 milhões de pessoas enfrentam esse flagelo. E mais, dados do informe anual The State of Food Security and Nutrition in the World 2017 indicam que a fome voltou a crescer em quase todas as regiões do mundo. Ao mesmo tempo, a obesidade na infância e entre adultos não para de avançar, atingindo este ano, segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 700 milhões pessoas.
Diante às contradições apresentadas no texto, indique verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas abaixo, sobre os fatores que promovem obesidade em alguns países e fatores que levam a fome de milhares de pessoas em outros países.

a) ( ) A fome atinge, principalmente, as populações dos países subdesenvolvidos (América Latina, África e parte da Ásia), pois boa parte da população não possui condições financeiras para aquisição de alimentos, mesmo com a elevação da produção agrícola após sua mecanização.

b) ( ) A agricultura familiar mecanizada produz o suficiente para atender a maior parte da população mundial, porém a população dos países desenvolvidos sofrem distúrbios alimentares em virtude de contar apenas com produtos naturais como base alimentar.

c) ( ) A obesidade não está necessariamente relacionada à ingestão de alimentos em excesso, mas com a qualidade desses alimentos. Historicamente, a obesidade em adultos era muito maior na África e na Ásia do que em países como os EUA.

d) ( ) O problema da obesidade afeta principalmente as populações dos países desenvolvidos, por causa do elevado consumo de produtos industrializados, que são pouco nutritivos e muito calóricos.

e) ( ) A fome é um problema somente dos países em desenvolvimento.

Respostas

respondido por: harunogames6000
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Resposta:

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em março que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1% em 2017, puxado principalmente pela agropecuária, que teve produção recorde. A alta de 13%, bastante comemorada no setor, deveu-se principalmente ao aumento nas produções de milho (55%) e soja (19%). Com isso, o Brasil contribuiu mais uma vez para um bom desempenho da agricultura mundial. Estimativas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) apontam que em 2017 a produção mundial de cereais foi da ordem de 2,6 bilhões de toneladas, excluída a produção destinada à alimentação animal, e a produção de carnes foi de cerca de 325 milhões de toneladas.

Dados do documento Perspectivas Agrícolas 2017-2026, elaborado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em colaboração com a FAO, apontam que em 2016 a produção mundial da maioria dos cereais, de carne, de produtos lácteos e de peixes atingiu níveis recordes ou próximos disso. Mas apenas os preços das sementes oleaginosas, biodiesel, algodão e peixe tiveram um modesto aumento com relação aos de 2015; somente o preço do açúcar continuou a crescer.

Com preços baixos e alimentos fartos é de se esperar que a população mundial esteja bem alimentada, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. Com efeito, se em 1990 a fome atingia 32% da população mundial, atualmente afeta 11%.

Ricardo Abramovay, filósofo e professor da Universidade de São Paulo (USP), considera que a redução maciça da fome nos últimos 40 anos é uma das mais importantes vitórias democráticas do mundo contemporâneo. Mas aponta que persistem dois problemas na produção agropecuária: "primeiro, os impactos socioambientais ainda são globalmente preocupantes, com taxas elevadas de desmatamento e de emissões de gases de efeito estufa", decorrentes da pecuária e da mudança de uso da terra. O segundo, acrescenta Abramovay, refere-se aos modelos de intensificação produtiva "que se apoiam sistematicamente no uso abusivo de antibióticos, na dependência de fertilizantes nitrogenados e no emprego de agrotóxicos nocivos aos consumidores e aos recursos ecossistêmicos dos quais dependemos".

 

CONTRADIÇÕES

Vivemos num mundo paradoxal onde uns precisam emagrecer e outros não comem o suficiente. Ainda que, em 27 anos, o número de famintos tenha se reduzido em 50%, a fome continua sendo um problema grave. De acordo com dados da FAO, atualmente, mais de 825 milhões de pessoas enfrentam esse flagelo. E mais, dados do informe anual The State of Food Security and Nutrition in the World 2017 indicam que a fome voltou a crescer em quase todas as regiões do mundo. Ao mesmo tempo, a obesidade na infância e entre adultos não para de avançar, atingindo este ano, segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 700 milhões pessoas. Apesar de todos os avanços que permitem alcançar produtividades elevadas na agropecuária, muitos países enfrentam também altas taxas de desnutrição infantil e anemia entre mulheres. Ou seja, há alimento, mas o acesso a uma alimentação na quantidade certa e com qualidade está desequilibrada.

Provavelmente por isso o clima na 35ª Conferência Regional da FAO para América Latina e Caribe, que aconteceu na Jamaica, no início de março, com a inédita participação de todos os 33 países membros da região, era de inquietação. A fome voltou a crescer e atinge 6,6% da população da região. Três outras regiões do mundo possuem percentuais mais altos: Oceania (6,8%), Ásia (11,7%) e África (20%). Na nossa região as condições para a agricultura são favorecidas pelo clima, pelas grandes extensões de terras agricultáveis em países como Brasil, México e Argentina, e os conflitos quando existem se dão em menor escala.

A obesidade não está necessariamente relacionada à ingestão de alimentos em excesso, mas com a qualidade desses alimentos. Historicamente, a obesidade em adultos era muito menor na África e na Ásia do que em países desenvolvidos. Mas desde 1975 esses índices têm aumentado e, nos últimos dez anos, em ritmo acelerado. Mudanças nos padrões e sistemas alimentares têm provocado aumento do consumo de alimentos processados, muitos dos quais com altos níveis de gorduras saturadas, sal e açúcares e baixos teores de vitaminas e minerais.

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