Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo. Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora. Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro: — Um cachorro ergue a perninha no poste. Mais tarde: — Uma menina de vestido branco pulando corda. Ou ainda: — Agora é um enterro de luxo. Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela. Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo. Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.
1. Mesmo curto, o conto é rico em leituras, quais seriam os possíveis temas do conto ??
2. Explique por que o velho doente que estava perto da porta, sentia inveja do velho doente que estava debaixo da janela ?
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por que o velho doente q estava debaixo da janela podia ver oq acontecia la fora ja o velho q estava na porta n sesentia satisfeito só com o comentario do mesmo
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