• Matéria: Português
  • Autor: gouveiaelourenco
  • Perguntado 4 anos atrás

LITERATURA, PÃO E POESIA - Sérgio Vaz A literatura na periferia não tem descanso, a cada dia chega mais livros. A cada dia chega mais escritores, e, por consequência disso, mais leitores. Só os cegos não querem enxergar este movimento que cresce a olho nu, neste início de século. Só os surdos não querem ouvir o coração deste povo lindo e inteligente zabumbando de amor pela poesia. Só os mudos, sempre eles, não dizem nada. Esses, custam a acreditar. Não quero nem falar dos saraus que estão acontecendo aos montes, pelas quebradas de São Paulo. Isto me tomaria muito tempo. Haja visto as dezenas de encontros literários, pipocando nas noites paulistanas. Cada qual do seu jeito, cada qual com seu tema, cada qual a sua maneira de cortejar as palavras. Mas eu quero falar mesmo e da poesia que se espalhou feito um vírus no cérebro dos homens e mulheres da periferia. Pois é, essa mesma poesia que há tempos era tratada como uma dama pelos intelectuais, hoje vive se esfregando pelos cantos dos subúrbios à procura de novas emoções. O Tal poema, que desfilava pela academia, de terno e gravata, proferindo palavras de alto calão para plateias desanimadas, hoje, anda sem camisa, feito moleque pelos terreiros, comendo miudinho na mão da mulherada. Vocês, por acaso, já ouviram falar do tal poema concreto? Pois é, os trabalhadores e desempregados estão construindo bibliotecas com eles, nas favelas. E o lobo mau pode assoprar que não derruba. Apesar da pouca roupa que lhe deram está se sentindo todo importante com sua nova utilidade. A periferia nunca esteve tão violenta, pelas manhãs é comum ver, nos ônibus, homens e mulheres segurando armas de até 400 páginas. Jovens traficando contos, adultos, romances. Os mais desesperados, cheirando crônicas sem parar. Outro dia um cara enrolou um soneto bem na frente da minha filha. Dei-lhe um acróstico bem forte na cara. Ficou com a rima quebrada por uma semana. A criançada está muito louca de história infantil. Umas já estão tão viciadas, que, apesar de tudo e de todos, querem ir para as universidades. Viu, quem mandou esconder a literatura da gente. Agora nós queremos tudo de uma vez! Dizem por aí que alguns sábios não estão gostando nada de ver a palavra bonita beijando gente feia. Mas neste país de pele e osso, quem é o sábio? Quem é o feio? E olha que a gente nem queria o café da manhã, só um pedaço de pão. Que comam brioches! Não, não é Alice no país da maravilha, mas também não é o inferno de Dante. É só o milagre da poesia. Quem odeia ler agora? Crônica publicada pelo poeta Sérgio Vaz em sua página oficial no Facebook.

1-Qual é o assunto da crônica? *

2-Nessa crônica Sérgio Vaz faz um paralelo da Literatura com uma situação do cotidiano, explique essa ideia. *

3-Qual a sua opinião sobre a crônica lida? *​

Respostas

respondido por: amandatdbgraciano
0

me nhã opinião é que eles eram muito inteligente não sei 124

respondido por: LUIZERATV
1

Resposta:

1) Nesta crônica, o poeta se faz cronista para nos trazer em compreensão as notícias de um mundo em que "os pedreiros constroem casas (alheias) como se fossem (seus próprios) lares" - e as domésticas "não admitem ser domesticadas". Notícias de "um povo lindo e inteligente que sonha enquanto faz".

2) A ideia principal acredito que e para que a crônica seja interativa, colocando como exemplos coisas que podem ser tão normais para gente mais nos deixa com uma pulga atrás da orelha, exemplo a domestica limpa a casa das pessoas, mas será que ela limpa a casa dela

3) Sim, eu concordo com o que ele diz. E acredito que o mundo fica melhor com a chegada de mais livros e o crescimento dos leitores.

Explicação:

Espero ter ajudado!

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