• Matéria: História
  • Autor: brunnobeeh
  • Perguntado 4 anos atrás

A intensa entrada dos povos bárbaros e germânicos no Império Romano iniciou um amplo processo de alteração da história de Roma que ocasionou a queda do Império Romano do Ocidente. Desta frase, o conceito de “povo bárbaro” e “fim do Império” são questões muito discutidas e questionadas pela historiografia atual. Nesse contexto, descreva as circunstâncias que contribuíram para a entrada dos povos bárbaros no Império Romano do Ocidente. ( * Máximo 4000 caracteres )​

Respostas

respondido por: sarahnunes55
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Resposta:

Habitando as regiões fronteiriças ao Império Romano, os povos bárbaros foram penetrando os territórios de Roma em um processo lento e gradual. Inicialmente, dado o colapso da estrutura militar e as constantes guerras civis, os imperadores romanos realizavam acordos, pelos quais os bárbaros ganharam o direito de habitar essas regiões. Em troca, eles defendiam a fronteira da invasão de outros povos. Esses primeiros bárbaros, incorporados ao mundo romano, ficaram conhecidos como federados.

Somente nos séculos IV e V que esse processo de invasão ganhou feições mais conflituosas. Com a pressão exercida pelos tártaro-mongóis (hunos), os povos bárbaros começaram a intensificar o processo de invasão do Império Romano. Entre os principais povos responsáveis pela fragmentação do Império podemos destacar os visigodos, ostrogodos, anglo-saxões, francos, suevos e turíngios. Com a invasão dos hérulos, em 476, houve a deposição do último imperador romano, Rômulo Augusto, que já tinha descendência germânica.

O processo das invasões bárbaras foi de grande importância para que o Império Romano e seu conjunto de valores e tradições passassem por um processo de junção com a cultura germânica. Dessa maneira, a Idade Média, além de ser inaugurada pelo estabelecimento dos reinos bárbaros, também ficou marcada pela mistura de instituições e costumes de origem romana e germânica.

Os Povos Bárbaros

Para os romanos "bárbaro" era todo aquele que vivia além das fronteiras do Império Romano e, portanto, não possuía a cultura romana.

De origem discutida, ocupavam uma região chamada Germânia e se subdividiam em vários povos: borgundios, vândalos, francos, saxões, anglos, lombardos, godos e outros.

Nos séculos IV e V os principais povos bárbaros se deslocaram em direção ao Império Romano, empurrados pelos Hunos que vinham do oriente, levando pânico e destruição aonde chegavam. Esse processo acabou por precipitar a fragmentação do império, já decadente devido a crise do escravismo e a anarquia militar.

Como são os hunos (século V)

“Os historiadores antigos mal mencionam os hunos. Eles habitam nas margens do Mar Glacial. Sua ferocidade supera tudo.

Não cozinham nem temperam o que comem. Alimentam-se de raízes silvestres ou da carne do primeiro animal que aparece, carne esta que esquentam por algum tempo, sobre o dorso de seu cavalo, entre suas próprias pernas. Não possuem abrigo. Entre eles não se usam casas, nem túmulos. Não encontraríamos nem mesmo uma cabana. Passam a vida percorrendo as montanhas e as florestas. São endurecidos desde o berço contra o frio, a tome e a sede. Mesmo em viagem, não entram em habitação sem necessidade absoluta e não se crêem nunca em segurança.

Não têm reis nem governantes, mas obedecem a chefes, eleitos em cada circunstância. Quando se lançam ao combate, sol­tam no ar uma gritaria terrível.”

Amiano Marcelino. Res gestae. Transcrito por Courcelle, Pierre. História literária das grandes invasões germânicas. Petrópolis, Vozes, 1955, pp. 151-152.

CARACTERÎSTICAS GERAIS DOS REINOS

Surgidos com a desintegração do Império Romano do Ocidente, os Reinos Romano-Germânicos ou Bárbaros não tiveram a mesma importância nem a mesma duração.

Em sua maioria foram Reinos efêmeros, não possuindo organização administrativa eficiente, apesar do empenho de muitos chefes germanos em manter as instituições político-administrativas romanas. O funcionamento dessas instituições,contudo, nem sempre correspondeu às novas realidades e, por vezes, os elementos de populações romanizadas se recusaram a colaborar com os germanos: durante muito tempo foram vistos como conquistadores que se haviam imposto pela força das armas. A língua, a religião, os costumes e, sobretudo, as instituições político-juridicas e sociais dos germanos, bem diferentes dos das populações submetidas, funcionaram como obstáculos à fusão entre as duas sociedades: a romana e a germânica. Ainda que os chefes bárbaros procurassem evitar choque entre romanos e germanos - até mesmo porque os bárbaros geralmente representavam 5% da população de muitos Reinos - surgiram inúmeros problemas, inclusive pela criação de novos obstáculos à fusão, como a adoção do regime da personalidade das leis (segundo o qual cada indivíduo seria julgado pelas leis de seus ancestrais).

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