• Matéria: Biologia
  • Autor: mateus23000
  • Perguntado 3 anos atrás

se o metabolismo dos vírus são diferentes das bactérias, você acha que os tratamentos usados para um deve ser o mesmo para o outro?​

Respostas

respondido por: mmicaelle758
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Resposta:

  • Os vírus têm mais facilidade para mutações genéticas, dificultado a criação de um tratamento tal qual os antibióticos são usados contra bactérias.
  • Bactérias são seres vivos capazes de se reproduzir e gerar energia sozinhos, enquanto vírus não tem células e precisam de um hospedeiro para isso.
  • A globalização facilita a disseminação de doenças virais e bacterianas por possibilitar o contato entre pessoas do mundo todo em pouco tempo.
  • Várias doenças virais têm um padrão de disseminação mais rápido, e com isso fica mais difícil combatê-las.

Fronteiras fechadas, isolamento social, cidades fantasma... Parece difícil de acreditar que o responsável por isso seja um micróbio invisível ao olho.

  • Os vírus são, desde os primórdios. da humanidade, capazes de alterar a normalidade do mundo.

  • Diferentemente das bactérias, combatidas com antibióticos, não existe um antídoto certo contra as infecções virais. Além disso, várias doenças provocadas por vírus têm um padrão de disseminação mais rápido. Mas isso os torna mais perigosos?
  • Diferenças e semelhanças
  • A bactéria é autossuficiente, composta por uma única célula que possui tudo de que precisa para viver: genoma e estruturas celulares que produzem proteínas. Assim, seu simples metabolismo é suficiente para que ela se multiplique.

  • Já o vírus não é nada sem um hospedeiro: fora de uma célula é apenas uma capa proteica com genoma, sem vida. Uma partícula infecciosa incapaz de se dividir ou produzir energia. Mas se essa partícula tiver capacidade de se infiltrar numa célula, passar a viver.

  • "Na grande maioria das vezes os vírus são mais difíceis de serem identificados e a pesquisa laboratorial é mais complexa", explica Cláudio Gonsalez, infectologista do Hospital Emílio Ribas (SP).

  • Vírus sofrem mais mutação

Bactérias e vírus agem de forma parecida no corpo humano, se multiplicando dentro de nossos organismos e provocando uma reação do sistema imunológico.

  • A diferença é que os vírus são mais mutáveis, ou seja, sofrem mais alterações genéticas ao longo do tempo. E isso torna mais difícil encontrar respostas para o combate.

  • A mutação no vírus nada mais é do que um erro: para se multiplicar, uma enzima pega uma molécula de DNA ou RNA e faz uma cópia dela. Na hora da duplicação, por um processo natural, a célula errada pode ser selecionada e a sequência acaba saindo diferente da original. Isso pode eliminar o genoma. Mas algumas vezes o "erro" não é tão ruim assim para o vírus, pois consegue "driblar" as defesas do organismo, ficando ainda mais potente.

  • As mutações ocorrem com maior frequência em vírus do que em bactérias, pois os primeiros podem guardar informações não só no DNA (composto por duas fitas genéticas) como no RNA, mais simples com uma só carga de genes.

  • Os vírus que causam doenças como ebola, H1N1 e covid-19 são compostos pelo ácido ribonucleico, sujeito a um número maior de alterações.

Bactéria - iStock

Essas são bactérias

Imagem: iStock

As bactérias, assim como os seres humanos, possuem somente DNA no material genético e por isso são mais estáveis.

  • Apesar de serem totalmente distintos, ambos causam sintomas iniciais parecidos: tosses, espirros, febre, inflamações, diarreia e fadiga. Isso é o corpo tentando lutar contra as infecções.

  • E como combatê-los?

A principal diferença entre as doenças virais e as bacterianas consiste no tratamento. O surgimento dos antibióticos no começo do século 20 mudou a forma como a humanidade enfrentava epidemias causadas pelas bactérias, bem como a implementação do saneamento básico.

De forma geral, os antibióticos atuam em processos centrais da célula, semelhantes entre os vários tipos de bactérias. É por isso que o medicamento tem um espectro tão grande, podendo ser eficaz contra uma gama de microrganismos. Ao longo dos anos, foram criando resistência aos ataques de antibióticos, surgindo as preocupantes "superbactérias".

Com os vírus não existe um plano de ação tão claro: como a diversidade genética é maior, é difícil criar um remédio que anule a replicação, forçando a combinação de vários, nos chamados "coquetéis".

Assim, antivirais contra HIV, influenza e hepatites não servem para doenças semelhantes. Luciana Costa, diretora-adjunta do Instituto de Microbiologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), explica como as especificidades dos vírus dificultam o trabalho dos especialistas em saúde.

"Se analisarmos doenças muito semelhantes, como dengue, chikungunya e zika, os sintomas são muito parecidos e os indivíduos infectados têm doenças análogas. Porém, há características únicas em cada uma, mesmo entre as mesmas enfermidades em pessoas diferentes. Então muitas vezes é difícil achar o medicamento certo diante dessas peculiaridades."

As vacinas, em sua maioria, funcionam apenas como prevenção —uma resposta previamente criada para evitar um problema, não combatê-lo. A antirrábica é exceção, usada no tratamento após a mordida animal.

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