MÍSTICAS E ESPIRITUALIDADES O crescimento de uma religiosidade espiritualista, no Brasil, demonstra que, por muito tempo, vivemos uma religiosidade marcadamente cristo Cêntrica, na qual a figura do Espírito Santo não era abordada. Hoje, percebe-se que a religiosidade vigente aborda uma imagem de Cristo vitorioso, todo poderoso. Ao mesmo tempo, vive-se como num tempo novo, inaugurado pelo Espírito Santo: fala-se, muito, em batismo no Espírito Santo e em novo pentecostes. Possíveis – e devidas – críticas à parte, observamos que a atual insistência na Pessoa do Espírito Santo revela que, de fato, é preciso que pensemos uma espiritualidade trinitária. Caso queiramos que as práticas religiosas alcancem a profundidade de uma autêntica espiritualidade, precisamos resgatar o papel do Espírito Santo em nossas tradições cristãs. Dessa maneira, viveremos uma verdadeira espiritualidade, sem lugar para espiritualismos. Se, nas tradições religiosas cristãs, ainda não percebemos com tal clareza a dimensão mística, por causa dessa religiosidade espiritualista, neopentecostal, secularmente podemos perceber que o ser humano, filho deste tempo pós-moderno, está em busca de viver mais inteiro, na completeza. Cresce o interesse pela leitura dos místicos; as espiritualidades orientais começam a ganhar, cada vez mais, expressão. Tudo isso revela que é preciso algo a mais, para que nos realizemos como pessoa. Esse é o papel da mística e do exercício da espiritualidade que, para a tradição cristã. A mística é uma real possibilidade de encontro e experiência com Deus que, revelando-se em Jesus, abre-nos a possibilidade para que conheçamos a nós mesmos. Para além das conceituações dogmáticas, a mística, aproximando-nos da experiência dos poetas, lança-nos diante da experiência profunda do amor, que dá sentido e que plenifica. A mística e a espiritualidade são caminhos de integração. Já não basta que nos compreendamos seres racionais, sem mais. É preciso que busquemos nos compreender na complexidade do que somos, para que à nossa vida seja dado o sentido que tanto almejamos. Nesse horizonte, é preciso ultrapassar o bipartidarismo do corpo-alma, tão próprio de nossa cultura ocidental. Somos, também, seres abertos à Transcendência e a busca do ser humano pós-moderno, em grande medida, revela isso. Tudo isso demanda um conhecimento de nós mesmos. A mística e a espiritualidade, além de nos colocar diante de Deus, colocam-nos dentro de nós mesmos. É o Espírito quem mantém viva, em nós, a memória do Ressuscitado, este que nos integra na vida do Pai. Dessa maneira, observa-se que é próprio da espiritualidade – o mover do Espírito, de Deus e também do nosso – colocar-nos diante do sentido que, para o cristianismo, é Deus. Essa espiritualidade precisa tocar o cotidiano da vida, pois ele é o lugar no qual acontece a irrupção de Deus que vem ao nosso encontro. Para nos ajudar a compreender melhor a importância da espiritualidade no cotidiano, como possibilidade de nossa integração pessoal. ATIVIDADE 1º) Segundo o texto, o que é a mística? ________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2º) O que é próprio da espiritualidade? ________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3º) O que são a mística e a espiritualidade? ________________________________________________________________________________________________________________________________________
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