O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
(…)
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
GULLAR, Ferreira. O açúcar. In: Toda Poesia. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1980.
No processo de construção deste poema, verifica-se a preferência por uma figura de linguagem que vem expressa pela contraposição entre doçura do açúcar e a má divisão social do trabalho. Essa figura de linguagem é a:
Alternativas
Alternativa 1:
ironia.
Alternativa 2:
antítese.
Alternativa 3:
aliteração.
Alternativa 4:
sinestesia.
Alternativa 5:
assonância.
Respostas
respondido por:
0
Resposta:
alternativa 2
Explicação:
marca melhor reposta
yoshi77:
Só marco como melhor resposta se a resposta for boa mesmo, ou seja, uma resposta bem estruturada e com o mínimo de explicação .
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