Terei acertado, terei errado, não sei – a casa dos Meneses esvaiu-me como uma planta de pedra e cal que necessitasse do meu sangue para viver. Desde criança fui educada para atravessar esses umbrais que julgava sagrados, quer dizer, desde que o Sr. Demétrio dignou-se escolher-me para sua companheira permanente. Eu era uma menina ainda, e desde então meus pais só trataram de cultivar-me ao gosto dos Meneses. Nunca saí sozinha, nunca vesti senão vestidos escuros e sem graça. Eu mesma (ah, padre! hoje sei disto, hoje que imagino como poderia ter sido outra pessoa – certos dias, certos momentos, as clareiras, os mares em que poderia ter viajado! – com que amargura o digo, com que secreto peso sobre o coração…) me esforcei para tornar-me o ser pálido e artificial que sempre fui, convicta do meu alto destino da importância que para todo o sempre me aguardava em casa dos Meneses.
Ao longo do trecho, a narradora personagem
A - confessa seus pecados e desejos ao padre da comunidade.
B - julga-se superior às outras mulheres por manter padrões de comportamento.
C - critica as mulheres que não seguem padrões de comportamento e de vestuário.
D - condena os preceitos religiosos que determinam os comportamentos das mulheres.
E - revela como a tradição familiar e moral forjou sua personalidade.
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Resposta: Letra E.
Explicação:
" Eu era uma menina ainda, e desde então meus pais só trataram de cultivar-me ao gosto dos Meneses."
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