Após assistir ao filme "Tá dando onda", comente sobre algumas gírias que você encontrou e explique com suas palavras porque você acha que acontece a variação linguística nesse caso.
Respostas
A presente dissertação se dedica a discutir a temática da vida surfista, a fim de analisar
as enunciações presentes dentro do conjunto de artefatos midiáticos Nalu. . Para isso,
utilizo o filme Nalu e a série Nalu pelo mundo, que tem como trama o dia a dia, tido
como ―incomum‖, de uma família, cuja Fabiana Nigal é a mãe e cinegrafista, o
Everaldo Pato é o pai e surfista, e Isabelle Nalu, a filha, sendo que eles viajam por
diversas praias no mundo, atrás de boas ondas. Desta maneira, seguindo a linha de
pesquisa Educação Científica: Implicações das práticas científicas na constituição dos
sujeitos, busco investigar como os saberes se relacionam e se implicam na constituição
desse estilo de vida surfista. Sabendo que analisar a sua constituição é compreender que
os modos de viver são provisórios, históricos e produzidos, sendo que entendo que são
as práticas discursivas que nos constituem, então, pesquisei produções científicas sobre
o tema surf e percebi que este é recorrentemente associado a um estilo de vida, em que
costumes, hábitos e aspectos comportamentais são fatores vivenciados em comum pelos
praticantes. A partir de agenciamentos (conexões) como estes, que me interpelam, que
são produzidos a partir de minhas experiências, necessários para o meu entendimento do
processo de produção do conhecimento, é através deles que se criam linhas de
articulação que desestabilizam e me fazem buscar novos saberes. Também trato das
noções de estilo, vida e estilo de vida, para apresentar o que vem sendo escrito sobre
eles. Experimento traçar de que forma estou tomando estes discursos, os discursos
científicos e midiáticos, como também apresento como cheguei ao artefato midiático
Nalu, operando a noção de discurso através de autores como Michel Foucault e Rosa
Fischer, por considerarem que os discursos são construções históricas. Logo, apresento
uma discussão sobre a concepção de cultura como um campo de luta e contestação,
trazendo autores como Hall (1997), Silva (2009), entre outros. Além de algumas
importantes considerações sobre os Estudos Culturais, sua origem e importância. E,
para a discussão de contracultura, apresento questões pertinentes do surf dos anos 1960
e 1970. Apoiada nos Estudos Culturais, nas suas vertentes pós-estruturalistas, também
discuto sobre as pedagogias culturais, por considerarem a mídia como educadora. Para
tanto, utilizo como ferramenta metodológica, a Análise Enunciativa de Fischer (2012),
seguindo a perspectiva foucaultiana para analisar as enunciações. Para operar com esta
forma de discutir os dados, utilizo uma proposta de roteiro de análise para produtos
televisivos proposta pela autora (FISCHER, 2013). E, por fim, analiso enunciações
presentes nestes artefatos, que resultaram na emergência do enunciado: um estilo de
vida surfista compatível com o estabelecimento de uma família e filhos, a fim de
problematizá-las, levando em consideração que o estilo de vida surfista apresentado no
conjunto de artefatos midiáticos é envolto de uma trama discursiva integrada por
diversos discursos.
Palavras-chave: Estilo de vida; família; infância; mídia; surf.