• Matéria: Português
  • Autor: luanakakak
  • Perguntado 3 anos atrás

Alguém me ajudaaaaaa

Produza um texto dissertativo argumentativo

Tema= Desafios para a proteção da infância e da adolescência no brasil.

Respostas

respondido por: kleticianevesdsousa
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Resposta:

“Eu continuo firmemente pensando em modificar o mundo e acho que a literatura tem uma grande importância”, afirmou o célebre escritor Jorge Amado em janeiro de 1988 no extinto Jornal da Tarde. É de se intuir que o autor de Gabriela Cravo e Canela, Tereza Batista Cansada de Guerra, Capitães da Areia (com esse você provavelmente já esbarrou em uma lista de obras obrigatórias) e outros grandes clássicos da literatura nacional se referisse, nessa frase, ao papel social de seus próprios livros, que tinham como pano de fundo importantes debates políticos.

Acontece que de nada adiantaria serem publicados livros importantes se eles não cumprissem, afinal, o destino ideal de qualquer obra: ser lida pelo maior número de leitores possíveis. Jorge Amado sabia bem disso. Em 1946, como deputado federal, apresentou uma emenda constitucional que determinava a isenção de impostos sobre o papel usado para imprimir livros, revistas e jornais.  Mais tarde, a isenção passou a valer para o livro como produto final e, de lá para cá, ganhou garantia tanto pela Constituição de 1988 quanto por uma lei de 2004. Ufa, final feliz para leitores, escritores e editoras! Bem…

Em agosto, a hashtag #defendaolivro agitou as redes sociais em reação à proposta de taxação em 12% dos livros, inclusa na reforma tributária apresentada pelo ministro da economia Paulo Guedes. A isenção de impostos sobre obras literárias proposta há 74 anos por um dos escritores brasileiros mais traduzidos do mundo pode estar com os dias contados.

A importância social do acesso à literatura

A taxação de livros tem um efeito cascata que acaba custando caro não apenas ao leitor, como também ao mercado editorial –  que há anos não anda bem das pernas –  e, em última instância, ao desenvolvimento econômico e social do país. A gente explica.

Taxar um produto significa, quase sempre, um aumento no valor do produto final. Isso porque ao menos uma parte desse imposto será repassada ao consumidor, especialmente se considerarmos que as editoras e livrarias enfrentam há anos uma crise agora intensificada pela pandemia e não poderiam retirar o valor desse imposto de seu já apertado lucro.

Livros mais caros também resultam em queda de vendas, que, por sua vez, enfraquece ainda mais editoras e as impede de investir em novas publicações –especialmente aquelas de menor apelo comercial, mas igualmente importantes para a pluralidade de ideias. Já deu para perceber a confusão, não é? Mas, além disso, qual seria o custo de uma sociedade com menos leitores e menos livros?

[…] O livro não deveria, em última instância, ser pensado como um artigo de luxo ou como um privilégio de uma minoria mais rica: se ele é indispensável para um classe privilegiada –  como afirmou o ministro Paulo Guedes ao dizer que quem compra livros hoje, poderia continuar os comprando mesmo com o aumento do preço – também deve ser indispensável para a população mais pobre.

Economia a longo prazo

No Manifesto em Defesa do Livro, as entidades do setor lembram também um fator muito importante que pesa em favor da isenção dos livros. Embora a curto prazo pareça uma boa ideia para o governo incluir os livros entre os produtos taxados pela nova CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços, que reunirá outros dois impostos existentes hoje, o Pis/Pasep e o Cofins), basta observar globalmente os exemplos de países que se desenvolveram investindo pesado em educação para perceber que, a longo prazo, restringir o acesso aos livros e, consequentemente, ao desenvolvimento intelectual de seus cidadãos, ppode não ser uma ideia tão boa assim.

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