• Matéria: Ed. Física
  • Autor: mariaccezimbra29
  • Perguntado 3 anos atrás

nataçao
- Por
que
natação sofreu preconceitos?


Anônimo: porque natação sofreria preconceito?

Respostas

respondido por: Anônimo
0

Resposta: A natação sempre foi uma área de interesse. Sou ex-atleta desse esporte e desde a minha infância

lido quase que diariamente com aspectos intimistas da natação, sendo que hoje em dia atuo na condição

de professora. Nesse contexto, a falta de representatividade negra é difundida como algo “natural”, o

que se sustentaria por elementos biológicos dos negros que os impediriam a ter sucesso nesse esporte.

Isso está dessa forma pré-estabelecido como um ‘senso comum’.

Colocando em dúvida essa posição e motivada em compreender a ausência dos negros na

natação, fui à busca de textos na área para melhor compreensão desse fenômeno. Fiz várias leituras na

área de fisiologia humana e do esporte , entre eles dos autores Bejan e colaboradores (2010), Allen e

Nickel (1969), entre outros que justificam a partir de fatos biológicos para essa falta de

representatividade dos negros dentro das piscinas. Nessas literaturas são identificadas quatro principais

características para essa argumentação: 1) a habilidade de flutuação ser menor em negros; 2) a

densidade corporal maior; 3) a antropometria; 4) o centro de massa maior em negros do que em brancos.

Dessa forma, fica claro que o argumento teórico para falta de representatividade negra dentro das

piscinas é que os negros têm características biológicas que dificultam ou impossibilitam sua

competitividade dentro desse esporte.

Porém, com o avanço da minha vida acadêmica acabei encontrando vários textos que discutiam a

definição da noção de raça, que me fizeram questionar sobre as literaturas no campo da fisiologia

humana e esportiva a respeito das características biológicas do negro na natação. Buscando mais

referências sobre assunto, encontrei variados discursos sobre raça. Os geneticistas afirmam que as

maiores partes das variações genéticas estão contidas dentro de uma determinada população fenotípica e

pequena porcentagem de variação genética aparece entre as chamadas “raças”, o que os leva a concluir

que como “agora, está demonstrado que essa classificação não tem qualquer significado genético ou

taxonômico, não há nenhuma justificativa para mantê-la” (Lewontin, 1972). Nos estudos feitos por

antropólogos, com o avanço da promoção do relativismo cultural, se entendeu que nenhuma cultura é

superior a outra, dessa forma “a raça como um significado cultural se constrói em simbiose com as

formas de relações sociais em que ele ganha relevância para os actos sociais em causa” (Almeida,

1997). Isso é, a noção de raça conhecida na antropologia clássica foi desconstruída e se tornou um viés

não reconhecido como condutor das pesquisas sobre o tema.

Explicação: espero que ajude!

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