Eu tinha 12 anos e tinha um amigo. Não me recordo do seu nome, mas sei que era meu amigo porque um dia, quando brincávamos (e éramos crianças) só ele soube apanhar e soube oferecer-me uma flor. No dia seguinte, trazia uma roda de borracha, um pneu auténtico e minúsculo de um dos seus carros de corrida. Era tão pequeno que cabia na palma da minha mão, mas os sulcos do pneu verdadeiro fascinaram-me. Eu não disse que o queria, não disse sequer que o achava bonito. Mesmo assim ele deu-mo: "Toma, é para ti. Deu- me uma flor e depois um pneu. Então, eu pensei que a amizade era uma coisa muito bela. Queria dar-lhe também - o quê? - uma erva, uma pedra, o quê? Pequenos objectos que afinal ele também podia apanhar, mas talvez oferecidos por mim lhe parecessem mais belos. Perguntei-lhe: "O que queres?" "Queria que me contasses uma história." Eu sabia muitas histórias. Umas, de as ter ouvido; outras, de as ter imaginado. Mas receava que alguém já lhas tivesse contado. Então comecei a modificar, a transformar as histórias minhas conhecidas, na esperança de que ele não as reconhecesse. Mara Alberta Menéres- A Chave Vorde ou os Meus Inno .enumere algumas características da amizade vivida entre as personagens
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nossa,e sua a história,?
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