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De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram com depressão ao redor do mundo, sendo a principal causa de incapacidade das pessoas. Além da depressão, a ansiedade também é comum. No Brasil, a prevalência desses transtornos é alta. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 5,8% e 9,3% da população brasileira tem depressão e ansiedade, o que corresponde a mais de 11,5 milhões de pessoas depressivas e 18,5 milhões de ansiosos no país.
Com a atual pandemia, esses dados podem ficar ainda piores, com as pessoas isoladas e o medo constante de contaminação. Uma pesquisa publicada na revista Brain, behavior, and immunity investigou o impacto psicológico da covid-19 nas primeiras três semanas após o surto da pandemia na Espanha. Entre os resultados, 18,7% das pessoas entrevistadas apresentaram sintomas de depressão, 21,6% de ansiedade e 15,8% sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Esse mesmo artigo ainda identificou que o bem-estar espiritual foi o fator que mais protegeu as pessoas dos sintomas desses transtornos. E algo que pode contribuir para um melhor estado espiritual durante a pandemia é a arte.
“A gente busca viver com os conflitos, suportá-los, e a arte tem esse papel porque nos ajuda a elaborar os significados. A arte produz novas formas de ver e pensar a vida, ela é uma transformação da realidade. E, nesse sentido, é fundamental para todos”, explica o psiquiatra e fundador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fiocruz, Paulo Amarante. “A arte é, fundamentalmente, diálogo, uma forma de conversar e de falar. Por isso eu acho muito importante neste momento de pandemia vermos como as pessoas trocam informações: elas mandam músicas que gostam, acham vídeos interessantes, e fazem isso no sentido de expressar diálogo”.
Com o isolamento social causado pelo novo coronavírus, a internet se tornou a principal ferramenta de diálogo e entretenimento, e o consumo de produções artísticas ficou mais amplo. Entre diversas iniciativas, filmes e séries foram liberados na pandemia, juntamente com transmissões de orquestras, apresentações musicais ou mesmo releituras de clássicos da música especialmente para o ambiente virtual. Além disso, novas obras artísticas produzidas durante a pandemia têm, inclusive, refletido o impacto da nova doença no mundo. Até um museu dedicado ao coronavírus, com um acervo de obras virtuais sobre a pandemia, foi criado. A arte está tão envolvida com o estado mental das pessoas na pandemia, que alguns se inspiraram em reproduzir quadros de pintores famosos com detalhes notáveis e até cômicos.
Para o psiquiatra Paulo Amarante, a relação entre arte e saúde mental é mais comum do que se imagina. “Poucas pessoas sabem, mas o surrealismo foi criado por um psiquiatra, André Breton. A ideia do surrealismo era propiciar a emergência do inconsciente sem as limitações impostas pela sociedade, deixar aflorar os sonhos, pesadelos e desejos mais profundos. E a arte foi um dos grandes pontos do movimento surrealista, na pintura, no cinema, no teatro. Ela tem a capacidade de se aprofundar na alma das pessoas, nos desejos, nos instintos, no que há de mais obscuro e dar luz, e isso é profundamente criativo”.
Com a atual pandemia, esses dados podem ficar ainda piores, com as pessoas isoladas e o medo constante de contaminação. Uma pesquisa publicada na revista Brain, behavior, and immunity investigou o impacto psicológico da covid-19 nas primeiras três semanas após o surto da pandemia na Espanha. Entre os resultados, 18,7% das pessoas entrevistadas apresentaram sintomas de depressão, 21,6% de ansiedade e 15,8% sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Esse mesmo artigo ainda identificou que o bem-estar espiritual foi o fator que mais protegeu as pessoas dos sintomas desses transtornos. E algo que pode contribuir para um melhor estado espiritual durante a pandemia é a arte.
“A gente busca viver com os conflitos, suportá-los, e a arte tem esse papel porque nos ajuda a elaborar os significados. A arte produz novas formas de ver e pensar a vida, ela é uma transformação da realidade. E, nesse sentido, é fundamental para todos”, explica o psiquiatra e fundador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fiocruz, Paulo Amarante. “A arte é, fundamentalmente, diálogo, uma forma de conversar e de falar. Por isso eu acho muito importante neste momento de pandemia vermos como as pessoas trocam informações: elas mandam músicas que gostam, acham vídeos interessantes, e fazem isso no sentido de expressar diálogo”.
Com o isolamento social causado pelo novo coronavírus, a internet se tornou a principal ferramenta de diálogo e entretenimento, e o consumo de produções artísticas ficou mais amplo. Entre diversas iniciativas, filmes e séries foram liberados na pandemia, juntamente com transmissões de orquestras, apresentações musicais ou mesmo releituras de clássicos da música especialmente para o ambiente virtual. Além disso, novas obras artísticas produzidas durante a pandemia têm, inclusive, refletido o impacto da nova doença no mundo. Até um museu dedicado ao coronavírus, com um acervo de obras virtuais sobre a pandemia, foi criado. A arte está tão envolvida com o estado mental das pessoas na pandemia, que alguns se inspiraram em reproduzir quadros de pintores famosos com detalhes notáveis e até cômicos.
Para o psiquiatra Paulo Amarante, a relação entre arte e saúde mental é mais comum do que se imagina. “Poucas pessoas sabem, mas o surrealismo foi criado por um psiquiatra, André Breton. A ideia do surrealismo era propiciar a emergência do inconsciente sem as limitações impostas pela sociedade, deixar aflorar os sonhos, pesadelos e desejos mais profundos. E a arte foi um dos grandes pontos do movimento surrealista, na pintura, no cinema, no teatro. Ela tem a capacidade de se aprofundar na alma das pessoas, nos desejos, nos instintos, no que há de mais obscuro e dar luz, e isso é profundamente criativo”.
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