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Não há um documento que comprove, mas tudo indica que a chegada da esquadra portuguesa a Porto Seguro, em 1500, não foi obra do acaso.
Há três hipóteses. Os historiadores modernos acham que Cabral não sabia o que iria encontrar, mas imaginava que havia algo. Na época, contornava-se a África para chegar à Índia e, ao se afastar da costa para aproveitar as correntes favoráveis, os navegadores aproximavam-se de mares brasileiros. “Nesses desvios, notavam indícios de que havia terra a oeste: aves voando, folhas, pedaços de troncos na água”, diz o historiador Jorge Couto, da Universidade de Lisboa, em Portugal. Suspeita-se também que o navegador português Duarte Pacheco Pereira tenha estado em missão secreta no Maranhão e na foz do Amazonas em 1498.
O documento com a ordem do rei para a expedição de Cabral deixa claro que ele devia ir para a Índia. Mas pode haver páginas faltando. “Desconfia-se que tenham sido destruídas, talvez para manter em segredo os verdadeiros propósitos”, conta Couto. Outros historiadores discordam. “Eu suponho que, antes de rumar para a Índia, Cabral apenas decidiu checar o que havia por estes lados”, diz o almirante Max Justo Guedes, diretor do Patrimônio Histórico da Marinha.
É provável que não se chegue a uma conclusão definitiva. “Enquanto não for descoberto um documento que comprove o prévio conhecimento do Brasil, prefiro aceitar que Cabral foi trazido casualmente pelas correntes”, afirma o historiador Paulo Miceli, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Pistas de além-mar
Há três teses sobre o desvio de Pedro Álvares Cabral.
1. O navegador português Duarte Pacheco Pereira teria desembarcado no norte do Brasil em 1498 e levado a novidade a Portugal antes da partida da esquadra de Cabral.
2. Como nas viagens à Índia os navegadores viam na água vestígios – pássaros voando, troncos e animais mortos – do que poderia ser uma ilha ou algo maior, Cabral veio conferir.
3. As correntes marítimas desviaram a frota portuguesa para o Brasil. Teríamos sido descobertos por acaso.
Espero ter ajudado