RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?
1 – Podemos afirmar que a descrição é o modo de organização textual que predomina no poema lido.
a) O que é descrito?
b) O rosto é um dos elementos centrais do poema. Faça um levantamento das palavras emprega-
das para caracterizar explicitamente rosto, olhos e lábios.
c) Como você classificaria essas palavras que caracterizam os elementos centrais do poema?
2 – O poema se constrói com base numa oposição central entre o passado e o presente.
a) Na segunda estrofe, o eu lírico fala das mãos no presente. Levante hipóteses, como eram suas
mãos e seu coração no passado?
b) Podemos afirmar que a descrição dos elementos centrais do poema é vista como algo positivo
ou negativo? Justifique sua resposta.
3 – (TAE-2010) Infere-se da terceira estrofe que:
a) o eu poético sempre percebeu que mudou física e interiormente, pois tudo ocorreu de forma
tão simples, tão certa, tão fácil, como se lê no segundo verso.
b) é evidente a sensação de transitoriedade da vida: o tempo passa e, mesmo assim, o eu poético
fica surpreso com isso.
c) a repetição da palavra “tão” mostra a incerteza da evolução e ritmo do tempo, o qual se torna
um fator de amadurecimento das pessoas que são apaixonadas.
d) com as experiências da vida, percebe-se claramente o momento exato em que se perde a vi-
talidade.
e) metaforicamente: “espelho” seria a beleza perdida com o passar dos anos e “face” representa-
ria o amor que não voltará jamais.
Respostas
Resposta:
1. a) O autoretrato de cecília.
b) Calma, triste, magros, olhos vazios e lábios amargos.
c) Velha, cansada e deprimida.
2. a) Mãos fortes, agitadas, quentes e cheias de vida; coração compadecido.
b) Negativo, ela descreve esses elementos como se fossem defeitos.
3. b) É evidente a sensação de transitoriedade da vida: o tempo passa e, mesmo assim, o eu poético fica surpreso com isso.
Explicação:
confia na mãe
1. a) O autorretrato de Cecília Meireles.
b) Calma, triste, magros, olhos vazios e lábios amargos.
c) Velha, cansada e deprimida.
2. a) Mãos fortes, agitadas, quentes e cheias de vida; coração compadecido.
b) Negativo, pois ela descreve esses elementos como se fossem defeitos.
3. b) É evidente a sensação de transitoriedade da vida: o tempo passa e, mesmo assim, o eu-lírico fica surpreso com isso.
Cecília Meireles, poetisa brasileira, enquadra-se na segunda fase do Modernismo Brasileiro.
Suas obras trazem em si temas sobre a existência no mundo, o efêmero, o perene, a morte, com evidências políticas e sociais.
Meireles escreve sobre suas angústias de modo que os leitores se sentem tocados e inspirados.
Ao remeter à poesia clássica com versos brancos e livres, a poetisa retrata, em suas obras, o mundo e a subjetividade do homem, trazendo uma poesia espiritualista, introspectiva e melancólica.
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