A filosofia distingue duas grandes modalidades da atividade racional realizadas pela razão subjetiva ou pelo sujeito do conhecimento: a intuição (ou razão intuitiva) e o raciocínio (ou razão discursiva). A intuição racional pode ser de dois tipos: intuição sensível ou empírica e intuição intelectual. Sobre a intuição racional, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Na narrativa do Mito da Caverna, Platão descreve o que se passa com o prisioneiro que vê a luz do Sol e as coisas e o compara ao filósofo que vê a luz do bem e as ideias verdadeiras. O prisioneiro tem uma intuição empírica (tudo o que conhece, conhece por sensação ou por percepção sensorial) e o filósofo tem uma intuição intelectual ( é seu intelecto ou sua inteligência que conhece as ideias verdadeiras), mas ambos têm um conhecimento intuitivo porque direto, imediato, sem necessidade de demonstrações, argumentos e provas.
b) A intuição sensível, por ser empírica, não é psicológica, não se refere ao estado individual do sujeito do conhecimento – sensações, lembranças, imagens, sentimentos, desejos e percepções são exclusivamente pessoais, variando de pessoa para pessoa. Por isso, a intuição sensível não capta a singularidade do objeto intuído, ficando na esfera da universalidade e necessidade, capta as chamadas qualidades sensíveis, como: cor, textura, forma, dimensões, distâncias.
c) A intuição intelectual difere da sensível justamente por sua universalidade e necessidade. Quando penso “Uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo”, sei, sem necessidade de provas e demonstrações, que isso é verdadeiro e que é necessário que seja sempre assim, ou que é impossível que não seja sempre assim.
d) A intuição intelectual é o conhecimento direto e imediato dos princípios (identidade, contradição, terceiro excluído, razão suficiente), os quais, por serem princípios, não podem ser demonstrados (pois, para demonstrá-los, precisaríamos de outros princípios, e para demonstrar esses outros princípios precisaríamos de outros, num processo interminável que nos impediria de saber com certeza a verdade de um princípio).
e) Descartes, na obra intitulada Meditações Metafísicas, descreve a intuição intelectual que ficou conhecida como cogito cartesiano. O filósofo escreve: “Cogito, ergo sum”, isto é, “Penso, logo existo”. Por que essa afirmação é um conhecimento intuitivo? Porque quando penso, sei que estou pensando e não é preciso provar ou demonstrar isso, mesmo porque provar e demonstrar é pensar, e para demonstrar e provar é preciso, primeiro, pensar e saber que se pensa.
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letra d intuição é o conhecimento direto e imediato dos princípios (identidade, contradição, terceiro excluído, razão suficiente), os quais, por serem princípios, não podem ser demonstrados (pois, para demonstrá-los, precisaríamos de outros princípios, e para demonstrar esses outros princípios precisaríamos de outros, num processo interminável que nos impediria de saber com certeza a verdade de um princípio).
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