texto Belo Monte e os impactos sobre a população do Xingu e de Altamira, pergunta quais outros dois projetos importantes ela se dedica atualmente?
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Resposta:
Os indígenas se viram muito bem no escuro quando estão em suas aldeias. Acendem tochas, andam em grupos, dormem cedo, acordam cedo. Para cozinhar, usam o fogo. Banham-se nos rios. Se precisam de energia, em geral pedem emprestado ao sol ou aos ventos.
Já a civilização ocidental é cada vez mais dependente de energia. Não gosta de escuridão, fica até tarde em computadores, inventou fornos mais rápidos que precisam ser conectados a tomadas, elevadores e, em geral, diverte-se e se relaxa em banhos de chuveiro demorados, com água bem quente. Chuveiros elétricos.
Mas, quando é preciso fazer obras para obter eletricidade a partir do movimento das águas dos rios, quem está no caminho e é obrigado a ceder seus territórios são os índios.
É uma leitura rápida, talvez superficial, de um imbróglio intenso e duradouro que põe, de um lado, a necessidade de respeitar um estilo de vida construído, no fim das contas, por todos nós. E, do outro, uma civilização que não precisa de tantos bengalas, que reconhece sua força na relação entre o corpo e o ambiente em volta. O que anda faltando, de nossa parte, é ter ouvidos mais apurados e maior respeito a quem tem mais sabedoria para lidar com o natural. A relação entre grandes empresas que constroem barragens em rios e populações indígenas, no entanto, não tem sido assim. Há conflitos, há muitas queixas por parte de quem sempre viveu em paz com a natureza e, agora, tem que suportar a morte de rios e peixes na porta de casa.