A empresa foi criada em 2016 pelos primos e fundadores Eduardo Seelig Hommerding, Guilherme Hommerding
Massena e Augusto Massena. Na família, os sócios têm pais empreendedores (donos de ótica e de franquias
de agência de viagens), e o desejo de abrirem um negócio próprio já estava neles havia um tempo, mas até
então só tinham dado um tímido passo no mundo do empreendedorismo: lançaram um aplicativo de venda
de cerveja que foi um fracasso (não teve nem sequer 15 downloads).
Quando decidiram começar as atividades da Dobra, optaram por manter o negócio em paralelo a outros
trabalhos com renda principal. Foi só depois de seis meses, com as primeiras vendas e algum dinheiro
finalmente entrando, que perceberam que seria possível fazer a primeira contratação e se dedicar ao
empreendimento. “Nós nos reuníamos no meu apartamento e virávamos a noite com mãe, namorada,
amigos, montando”, conta Eduardo.
A empresa apresenta uma filosofia mais flexível, que procura deixar o mundo mais aberto, irreverente e do
bem, vendendo experiência de consumo por meio de produtos feitos em tyvek1
, uma fibra muito parecida
com papel, mas muito resistente, não rasga e é impermeável. “Queremos ser uma empresa referência em
experiência do cliente e impacto positivo”, diz Guilherme.
A Dobra vende carteiras, bolsas, camisetas, materiais de decoração e até tênis feitos de tyvek (Figura 1),
entre outros, em uma ampla linha de produtos personalizáveis. Além da personalização, outras
características chamam atenção, relacionadas à leveza e à dobradura da matéria-prima, bem como sua
resistência, ideal para confecção das carteiras fininhas, produto principal da empresa com mais de 400 estampas
personalizadas.
Figura 1: linha de produtos Dobra
Fonte: Dobra (2020).
O pilar social da sustentabilidade proposto pela empresa ganhou destaque quando ela passou a
proporcionar uma rede de produção que gera renda extra a pessoas com tempo livre, como costureiras e
outras que querem dobrar e colar. Além disso, artistas colocam suas artes nos produtos e recebem uma
comissão (5%) para cada item comercializado. Dessa experiência, já existem cases de pessoas que abriram
empresa com a renda das vendas.
1 Tyvek é um tipo de tecido impermeável e usado na produção de uniformes e no isolamento de prédios durante o
período de construção.
Na questão social, o empreendimento desenvolve o projeto Dobra +1, em que a cada carteira vendida, R$
1,00 vai para a Smile Flame, uma ONG que se propõe a impactar positivamente a sociedade por meio de
iniciativas divertidas e descontraídas, como promover um campeonato de skate em um asilo.
Já para o pilar ambiental, observa-se que os materiais produzidos pela empresa são veganos, ou seja, não
têm origem animal nem são testados neles, com aprovação e selo PETA-APProved. Um programa de
reciclagem de carteiras garante ao cliente um desconto na aquisição de outra mediante troca, seja por
motivo de desgaste do produto, seja porque deseja um modelo novo. Assim, quem quer uma nova
carteira pode enviar a usada e ganhar 20% de desconto. Na produção, todos os resíduos materiais são
devidamente reciclados. Essas e outras características que levam a Dobra a ser uma empresa que foge dos
padrões tradicionais de organização.
Embora a empresa tenha crescido rapidamente, o início foi marcado por problemas e desafios, a começar
pelo produto em si. “Batemos demais a cabeça para descobrir como fazer a carteira”, diz Eduardo. Outras
dificuldades ocorreram em relação à capacidade produtiva limitada e à logística para a distribuição dos
produtos em outros estados do país.
Hoje, a Dobra fatura cerca de R$ 2,5 milhões ao ano (em 2017, foram vendidas mais de 40 mil carteiras,
faturando R$ 2 milhões) e conta com mais de 20 colaboradores. Mas os empreendedores continuam
fazendo a produção manual quando a situação aperta. “Não tem frescura nenhuma”, afirma Guilherme. A
horizontalidade, vale lembrar, é uma das bandeiras do negócio: desde os fundadores até o mais novo
colaborador, todos ganham o mesmo salário (os sócios reconhecem que não sabem até quando
conseguirão trabalhar dessa forma, mas vão seguindo adiante enquanto é possível). Não há hierarquia, e
tudo funciona por autogestão. A opção por fazer tudo dentro de casa é mais uma das várias marcas da
Dobra. “Somos contra a mão de obra explorada, por isso decidimos fazer tudo aqui da forma que achamos
justa”, diz Eduardo.
QUESTÃO MOTRIZ
Considerando a forma como o projeto foi planejado e executado, verificam-se as novas tendências do
empreendedorismo. Nesse sentido, compreendendo as diferentes etapas envolvidas na estruturação do
negócio, reflita:
a) Quais são os principais diferenciais do negócio?
b) Que problemas são enfrentados?
c) Quais são os aspectos relacionados aos pilares da sustentabilidade dos empreendimentos?
d) Considerando as restrições do negócio vinculadas à capacidade produtiva limitada e à logística para
a distribuição dos produtos em outros estados do país, que sugestão você adotaria?
Respostas
respondido por:
1
Resposta:
b) pode crê em mim eu já fiz
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