• Matéria: Ed. Física
  • Autor: mariajuceliac
  • Perguntado 3 anos atrás

1-Que mensagem os atletas negros na história das Olimpíadas nos passam, principalmente os primeiros, relatados aqui nesse texto ?
2- Analisando os dias de hoje, seria possível impedir os atletas negros de participarem das Olimpíadas ou eles sofreriam algum tipo de ato racista ? se sim, diga de que forma.

Anexos:

Respostas

respondido por: thanalyluisasantanad
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Resposta:

Nos dias de hoje é comum ver negros como destaques em seus esportes nos Jogos Olímpicos. São casos de Usain Bolt, Simone Biles, Kobe Bryant, Serena Williams e Michael Jordan, apenas para citar alguns mais recentes. Mas nem sempre foi assim. Nos primórdios das Olimpíadas, o esporte era só para brancos e ricos. Aos poucos, no entanto, afrodescentes pioneiros como John Taylor, William Hubbard, Jesse Owens, Wilma Rudolph, Adebe Bikila, Cassius Clay e Adhemar Ferreira da Silva, entre outros, foram os responsáveis por mudar essa história.

Os Jogos Olímpicos da era moderna foram disputados pela primeira vez em 1896, fim do século XIX. Naquela época, o esporte era algo que fazia parte exclusivamente da cultura da classes dominante, tanto que o profissionalismo era proibido. Quem recebesse dinheiro para praticar alguma modalidade perdia o direito de estar numa Olimpíada. Tais regras tiraram de cena os cidadãos mais pobres, faixa da sociedade em que se encontra a maior parte da população negra, que, por questões de sobrevivência, não podiam se dar ao luxo de se dedicar a algum esporte sem ter incentivo financeiro.

ESTREIA VERGONHOSA EM 1904

Foi só na terceira edição dos Jogos Olímpicos, em Saint Louis-1904, que os primeiros negros participaram do evento. E foi de forma vergonhosa! Dois zulus semi-selvagens, Len Taunyane e Jan Mashiari, estavam na cidade para participar de uma exposição sobre a Guerra dos Bôeres, confronto armado que aconteceu na Cidade do Cabo, na África do Sul, e acabaram sendo colocados para correr a maratona. Ele disputaram a prova descalços e com chapéus de palha, provocando risos do público americano.

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Diante dos resultados esperadamente fracos de “atletas” despreparados e, por isso, desengonçados, uma edição da “Enciclopédia Britânica” da época usou o fato para argumentar sobre a suposta inferioridade dos negros no esporte, o que quase um século depois teóricos concluíram exatamente o contrário.

Ao saber da gozação para cima dos negros, o Barão de Coubertin soltou a profecia: “O negro, o vermelho e o amarelo ainda aprenderão a correr, a saltar e a arremessar muito melhor do que o branco”.

PRIMEIROS CAMPEÕES OLÍMPICOS

Em Londres-1908, John Taylor foi o primeiro negro a ser campeão olímpico

O criador dos Jogos Olímpicos tinha toda razão, tanto que em Londres-1908 surgiu o primeiro negro campeão olímpico. Especialista nos 400 m rasos, John Taylor ganhou a medalha de ouro no revezamento misto. A prova, disputada apenas nesta Olimpíada, era de 1600 metros (quatro voltas na pista), corrida por quatro atletas em distâncias diferentes. Os dois primeiros corriam 200 m, o terceiro 400 m e o último 800 m. Taylor correu a ‘perna’ dos 400m em 49s8 e o tempo total dos vencedores foi de 3m29s4.

Mas Taylor era exceção numa época em que esporte era ainda coisa de branco. Um campeão olímpico negro numa prova individual levou mais 16 anos para acontecer. O autor do feito foi William Hubbard no salto em distância em Paris-1924.

Para se ter uma ideia, as provas de velocidade, hoje completamente dominadas por negros, só foi vencida pela primeira por uma atleta da etnia em Los Angeles-1932. Eddie Tolan dominou completamente as provas de 100 m e 200 m rasos, conquistando a medalha de ouro em ambas.

A sacramentação dessa força em provas de velocidade veio em Berlim-1936, quando Jesse Owens faturou quatro medalhas de ouro ao ganhar os 100 m e os 200 m rasos, além do revezamento 4 x 100 m e o salto em distância, derrubando a teoria da supremacia ariana de Adolf Hitler, o fuhrer que comandava a Alemanha nazista, país-sede daquela edição.

A PIONEIRA NEGRA

A primeira mulher negra campeã olímpica só surgiu em 1948: Alice Coachman

Se era difícil sendo negro, imagine sendo uma mulher negra? O sexo feminino sofreu com grande resistência nos Jogos Olímpicos e o equilíbrio de gênero só ficou mais perto de acontecer a partir das edições do século XXI, embora, efetivamente nunca tenha sido alcançado.

Em Londres-1948, as mulheres eram apenas 9,5% dos 4.104 atletas inscritos para os Jogos. E foi exatamente nesta edição em que Alice Coachman fez história. Ao ganhar a prova do salto em altura, se tornou a primeira negra a ser campeã olímpica.

O Brasil teve sua parcela no crescimento negro no esporte. Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico no salto triplo em 1952 e 1956, foi fundamental. Depois vieram os também medalhistas na mesma prova, Nelson Prudêncio e João Carlos Oliveira, além de Servílio de Oliveira, bronze no boxe em 1968.

ASCENSÃO NA DÉCADA DE 60

Correndo descalço, Abebe Bikila foi campeão da maratona em Roma-1960

Aliás, foi só na década de 60 que passou a ser mais “normal” ver negros se destacando no esporte. Nos Jogos Olímpicos de Roma-1960, três deles chamaram muita atenção. Wilma Rudolph,

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