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Resposta:
A antropologia e a sociologia, dentre as ciências sociais, definiram de forma bastante satisfatória seus objetos de estudo, seus objetivos e métodos. Enquanto à sociologia cabia o estudo da sociedade europeia, à antropologia cabia o estudo dos povos colonizados na África, Ásia e América. A primeira procurava descobrir as leis gerais que regulamentavam o comportamento social e as transformações da sociedade, por meio de análises qualitativas e estudos estatísticos que pudessem dar a maior amplitude possível às suas descobertas. A antropologia, por sua vez, desenvolvia um método mais empirista e qualitativo, voltado para a descoberta das particularidades das sociedades que estudava. Tal delimitação teórico-metodológica foi um aspecto importante no alvorecer das ciências humanas e sociais, pois permitiu o desenvolvimento singular dessas áreas de conhecimento. Em contrapartida, essa delimitação fez essas ciências caírem num reducionismo teórico tanto quanto à natureza das sociedades com as quais os pesquisadores entravam em contato como quanto à aparente integridade da cultura europeia.
Os sociólogos imaginaram ser possível a criação de um modelo teórico único que explicasse os diversos aspectos da sociedade capitalista europeia – percebidos como dicotomias do tipo rural-urbano ou agrário-industrial. Não se davam conta, entretanto, do grau de complexidade da sociedade e das relações que se desenvolviam interna e externamente. Ao buscar ordens e similitudes, como propunham principalmente os positivistas, não percebiam que lidavam com uma realidade altamente diferenciada, cuja diversidade se acentuaria – em ritmo cada vez mais acelerado – no decorrer do século XX.