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1) Antropologia simbólica- seu objeto é essa região da linguagem que chamamos símbolo e que é o lugar de múltiplas significações, que se expressam em especial através das religiões, das mitologias e da percepção imaginária do cosmos. Esse primeiro eixo da pesquisa caracteriza-se mais, como veremos, por um tipo de preocupações do que por um método propriamente dito.
2) Antropologia social - seu objeto situa-se claramente no campo epistemológico oriundo da economia (cf. acima M. Foucault). Nada distingue realmente seu território do território do sociólogo. Um dos conceitos operatórios a partir do qual essa perspectiva de início se instaurou, é o de função (Malinowski, mas também Durkheim), frequentemente ligado ao estudo dos processos de normalização destas funções (= as instituições). É um eixo de pesquisa que não se interessa diretamente para as maneiras de pensar, conhecer, sentir, expressar-se, em si, e mais para a organização interna dos grupos, a partir da qual podem ser estudados o pensamento, o conhecimento, a emoção, a linguagem.
3) Antropologia cultural - é uma antropologia frequentemente empírica, que se situa do lado da função, ou mais ainda, do sentido, em detrimento da norma e do sistema. Mas o que permite essencialmente caracterizar essa tendência de nossa disciplina é o critério da continuidade ou descontinuidade entre a natureza e a cultura de um lado, e entre as próprias culturas, de outro.
4) Antropologia estrutural e sistêmica - estudaremos aqui não uma, mas várias correntes do pensamento antropológico. Uns utilizam um modelo psicanalítico; outros um modelo proveniente do que Foucault designa como o campo epistemológico da economia; outros finalmente, os mais numerosos. escolhem um modelo linguístico, matemático, cibernético (Lévi- Stauss, Bateson). Mas qualquer que seja o modelo adotado, ele realiza uma passagem do consciente para o inconsciente: passagem da função para a norma (Róheim), do conflito para a regra (Mauss), do sentido para o sistema (Lévi- Strauss).
5) Antropologia dinâmica - O último pólo do pensamento e da prática antropológicos que estudaremos agora aparece como ao mesmo tempo próximo e diferente da antropologia social clássica. Próximo, porque evidencia a articulação de diferentes níveis do social dentro de uma determinada cultura. Diferente, porque opera uma ruptura total com a concepção de Malinowski ou de Durkheim, mas também de Lévi-Strauss, de sociedades (”primitivas”, ”selvagens”ou ”tradicionais”)harmoniosas e integradas, em proveito do estudo dos processos de mudança, ligados tanto ao dinamismo interno que é característico de toda sociedade, quanto às relações que mantêm necessariamente as sociedades entre si.