33 – No trecho a seguir, o eu lírico fala a Marília sobre o amor.
Lira II
Pintam, Marília, os poetas
A um menino vendado,
Com uma aljava de setas,
Arco empunhado na mão;
Ligeiras asas nos ombros,
O tenro corpo despido,
E de Amor ou de Cupido
São os nomes que lhe dão.
Porém eu, Marília, nego,
Que assim seja Amor, pois ele
Nem é moço nem é cego,
Nem setas nem asas tem.
2
Ora pois, eu vou formar-lhe
Um retrato mais perfeito,
Que ele já feriu meu peito:
Por isso o conheço bem.
Os seus compridos cabelos,
Que sobre as costas ondeiam,
São que os de Apolo mais belos,
Mas de loura cor não são.
Têm a cor da negra noite;
E com o branco do rosto
Fazem, Marília, um composto
Da mais formosa união.
Tem redonda e lisa testa,
Arqueadas sobrancelhas,
A voz meiga, a vista honesta,
E seus olhos são uns sóis.
Aqui vence Amor ao céu:
Que no dia luminoso
O céu tem um sol formoso,
E o travesso Amor tem dois.
Na sua face mimosa,
Marília, estão misturadas
Purpúreas folhas de rosa,
Brancas folhas de jasmim.
Dos rubins mais preciosos
Os seus beiços são formados;
Os seus dentes delicados
São pedaços de marfim.
a) Para falar do amor, o eu lírico recorre à imagem que todos utilizam. Qual é ela? E a qual característica do Arcadismo ela remete?
b) A visão do amor apresentada por todos não é a aceita pelo eu lírico. Por quê? E como ele constrói a sua própria visão?
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Resposta:
pois se passa de um texto em negrito
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