2 – Maquiavel denominou fortuna a metade da vida humana que não pode ser controlada pelo homem. E identificou-a não a algo terrível, mas a uma bondosa deusa, possuidora da honra, da riqueza, da glória, do poder, ou seja, possuidora de todos aqueles bens aos quais os homens naturalmente almejam. Destarte, por ser mulher, a fortuna precisava ser seduzida, e, para tanto, bastaria que se apresentasse um homem de virilidade e coragem inquestionáveis. Um homem possuidor de virtú. O homem de virtú é capaz de seduzir a deusa fortuna, porque sabe o momento exato, criado por esta, para agir com sucesso [...] JUNIOR, Antonio de Freitas. O pensamento político de Maquiavel. Disponível em: . Acesso em: 23 mar. 2015. Com base no texto, explique a relação entre virtú e fortuna, segundo o pensamento político de Maquiavel?
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Resposta:
Em Maquiavel temos o entendimento de política como a forma de conciliar a natureza humana com a marcha inevitável da história e por isso envolve fortuna e virtù.
Ao contrário do pensamento dominante do período, a forte crença na predestinação, para Maquiavel, na vida política, era imprescindível que os governantes possuíssem virtù: a capacidade de realizar grandes obras e para tanto era necessário o domínio sobre a fortuna: o acaso, o curso da história, o destino cego, o fatalismo, a necessidade natural.
A Fortuna, como contingência própria das coisas políticas: não é manifestação de Deus ou Providência Divina e Virtù são as qualidades como a força de caráter, a coragem militar, a habilidade no cálculo, a astúcia, a inflexibilidade no trato dos adversários.